As dificuldades para comprar um imóvel adaptado podem começar no estande de vendas, onde raramente há rampas de acesso ou maquetes para que um cliente cego, por exemplo, possa "sentir" como é o apartamento.
E persistem na hora da compra. A arquiteta Mariana Montoia, 28, pediu
que a construtora deixasse um vão maior na porta do banheiro para que
seu pai, que usava cadeira de rodas, pudesse visitá-la, mas a empresa se negou a fazer a adaptação. Seu pai morreu antes de o imóvel ser entregue.
Já a advogada Lucimar Machado, 51, que usa muletas, conta que, para
sair do carro, precisa de uma vaga mais ampla e que por isso os
moradores do condomínio em que vivia aceitaram ceder em definitivo uma
para ela.
Ainda assim, o síndico não aceitou a proposta, e os sorteios que
definiam as vagas foram mantidos. Lucimar hoje mora em outro
empreendimento, adequado para pessoas com deficiência.
Embora sejam minoria, há opções de compra de imóveis adaptados, sem acréscimo no preço. Construtoras como a Gafisa e a Marques afirmam fazer mudanças, se solicitadas no período em que o edifício está na planta. A You reservou quatro unidades adaptadas no edifício Marajoara (zona sul de São Paulo).
A dica de especialistas é, em todos os casos, negociar e pedir as adaptações necessárias sem custo extra.
Já a Tecnisa foca o público idoso com o projeto
Consciência Gerontológica. No banheiro, por exemplo, há apoios e assento
para dar segurança na hora do banho. Também não são usados porcelanatos
brilhantes na área comum, para evitar ofuscamento da visão.
Para a arquiteta Thais Frota, não há custo extra se o projeto já nasce acessível.
Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP
(sindicato da habitação), diz que a entidade estuda estimular a
construção de imóveis acessíveis, mesmo que o comprador não seja alguém
com deficiência, pois isso facilitaria a visita das pessoas com
mobilidade reduzida.
Fonte: Folha de S. Paulo - imóveis
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