Na competição, que durou nove dias e acabou neste domingo, 28, com a
disputa da maratona, os atletas brasileiros tinham a meta de ficar em
quinto lugar, com, no mínimo, 12 medalhas de ouro e 30 no total –
números do último Mundial, em 2011, na Nova Zelândia.
Mas os 35
representantes do Brasil fizeram muito mais no Stade du Rhône,
localizado no Parc Parilly, no arredores de Lyon.
Eles conquistaram 40 medalhas, sendo 16 ouros, 10 prata e 14 bronzes*,
e ainda bateram três recordes mundiais, oito do campeonato e um
nacional.
Há dois anos, em Christchurch, na Oceania, foram 30 pódios,
com 12 ouros, 10 pratas e oito bronzes.
“O objetivo, realmente, era ter uma campanha superior. Mas, o mais
importante, foi a revelação de jovens talentos, que já chegaram com boas
atuações, e quantidade de atletas conseguindo medalhas. Isso mostra que
estamos no caminho certo.
Para começo de ciclo, é fundamental”,
comentou o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons.
Dos 35 atletas da delegação brasileira, 24 conquistaram medalhas, o que
representa 68% do grupo. Além dos pódios esperados de nomes consagrados
como Terezinha Guilhermina (três ouros), Alan Fonteles (três ouros) e Yohansson Nascimento
(um ouro, uma prata e um bronze), talentos já consolidados renasceram e
outros surgiram, garantindo o futuro da Seleção Brasileira de
atletismo.
Lucas Prado e Odair Santos superaram graves lesões que as incomodaram
em Londres-2012 e voltaram a exibir bons resultados. O velocista Prado,
prata nas Paralímpiadas do ano passado, conseguiu voltar a vencer e
levou dois ouros. Já o fundista Odair se consagrou, com três primeiros
lugares.
Representando a nova geração, a paulista Verônica Hipólito, de apenas
17 anos, foi praticamente impecável no primeiro mundial da carreira.
Conquistou um ouro nos 200m e uma prata nos 100m, com recorde mundial,
que depois foi superado.
A paranaense Lorena Spoladore, também 17 anos, levou um ouro no salto
em distância para cegos total, prova em que o Brasil ainda não tinha
grandes medalhistas. Destaque também para os jovens Alex Pires, 23 (duas
pratas e um bronze) e Yeltsin Jacques, 20 (uma prata e um bronze).
“Tivemos uma variação de medalhas e atletas. Hoje, temos atletas muito
bons em várias provas. Não dependemos só de um. Antigamente, se alguém
se machucava, ficávamos preocupados pensando no que seria. Agora, não.
Temos jovens talentos medalhando, estrelas consolidadas em alta…”,
afirmou Ciro Winckler, coordenador de atletismo paralímpico brasileiro.
“Mundial é importante, mas a maior cobrança será nos Jogos do Rio de
Janeiro, em 2016. A meta é ficar em quinto geral no atletismo, o que
seria a melhor campanha da história do Brasil na modalidade”, disse. Em
Londres-2012, o Brasil terminou em sétimo no atletismo.
Para o novo ciclo olímpico, que começou oficialmente com este Mundial
de Atletismo, em Lyon, serão investidos cerca de R$ 100 milhões anuais.
“Se compararmos com os outros Comitês, nosso orçamento está bastante
alto. Vamos dar aos nossos atletas a melhor condição possível”, comentou
Andrew Parsons.
O maior legado do próximos anos do CPB
será a construção do centro de treinamento paralímpico em São Paulo,
que irá abrigar desde dormitórios, até estrutura para o treinamento e
competição de quinze modalidades.
“A ideia é que fique pronto em 2014 e,
em 2015, já possamos operar lá dentro. Vamos fazer a reta final da
preparação brasileira para os Jogos do Rio de Janeiro-2016 lá”, afirmou o
presidente do CPB.
Maratona
Na última prova com brasileiros no Mundial de Atletismo, o paulista
Ezequiel Costa terminou em quarto, classe T46 (amputados membros
superiores), com o tempo de 3h0min45s. Com a desclassificação do
espanhol Abderrahman Ait Khamouch, Ezequiel saltou para 3º.
A Espanha,
no entanto, protestou, mas o Brasil pediu recurso e o resultado final
foi homologado a favor do Brasil. O primeiro lugar ficou com o italiano
Alessando di Lello (2h33min42s).
Dentre os brasileiros em Lyon, 25 participaram dos Jogos de
Londres-2012, e 15 disputaram a última edição do Mundial, em 2011, em
Christchurch, na Nova Zelândia.
Este foi o maior Mundial de Atletismo
organizado pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC na sigla em
inglês). Cerca de 1300 atletas, de quase 100 países, participaram de 207
provas na competição.
A delegação do Brasil sai da França ainda neste domingo, 28, e chega em
São Paulo nesta segunda-feira, 29, às 17h10, em Guarulhos, no voo AF
456, da Air France. Terezinha Guilhermina, Alan Fonteles, Ariosvaldo
Silva, Claudiney Santos e Leornardo Amâncio estão em Londres para
participar da comemoração de um ano dos Jogos Olímpicos e
Paralímpicos-2012 e chegam, também em Guarulhos, nesta segunda-feira,
porém, no início da manhã, às 6h05, no voo JJ 8085, da TAM.
A participação do Brasil no Mundial de Atletismo foi custeada por um convênio do Ministério do Esporte com o CPB.
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