Exatamente há 22 anos entrava em vigor a Lei de Cotas, com o objetivo de mudar o cenário de empregabilidade para pessoas com deficiência.
De lá para cá muita coisa melhorou, mas ainda é alto o número de
cidadãos com este perfil desempregados.
Segundo o gerente de capacitação
e inclusão da Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência), Marcelo Vitoriano, por ano, cerca de 2.000 pessoas com deficiências são contratadas com carteira assinada, principalmente, no Estado de São Paulo.
Desse total, 30%, ou sejam, 600 são do Grande ABC. “Não dá para falar
em crescimento quanto às efetivações. Podemos, sim, falar em
estabilidade”, pontua Vitoriano.
De acordo com os dados da associação, o Ministério do Trabalho
aponta o número de 306 mil trabalhadores formalmente empregados no
Brasil, mas esse índice é ainda pequeno frente ao número de pessoas com
deficiências no País, que já passa de 45 milhões de brasileiros.
Conforme dados levantados em 2011 pelo RAIS (Relação Anual de
Informações Sociais), no caso das pessoas com deficiência física, esse
montante é da ordem de 77,7 mil, ou 44,6% do total, seguido das pessoas
com deficiência auditiva (27,9 mil ou 37,88%) e 9.800 para aqueles com
deficiência visual, ou 44,7% do total, intelectual (mental) (5.000 ou
26,46%) e múltipla (1.400 ou 33,61%).
Vale lembrar que a Lei de Cotas exige que empresas com mais de cem
funcionários destinem vagas de trabalho voltadas a pessoas com
deficiência. Se tiver de 100 a 200 colaboradores, a exigência é de 2%
dos postos de trabalho, já para companhia que tenham de 201 a 500
funcionários, o mínimo exigido é de 3%.
O não cumprimento da norma torna
a companhia passível de recebimento de multas aplicadas pelo Ministério
do Trabalho.
“É preciso entender que não contratamos deficiências, contratamos
pessoas. Com pequenas atitudes, como construção de rampas e adaptações
em computadores, por exemplo, por meio de softwares, é possível empregar
alguma pessoa com necessidades especiais”, resume Vitoriano.
EXEMPLO - Rede supermercadista com matriz em Santo André, a Coop (Cooperativa de Consumo) é uma das companhias da região que investem em inclusão.
Para se ter ideia, no primeiro semestre deste
ano foram contratados 45 deficientes, contra 32 no mesmo período do ano
passado – alta de 40,62% ou 13 postos a mais. “
Não se trata apenas do
cumprimento da cota. Queremos contribuir para o desenvolvimento pessoal e
profissional dos colaboradores contratados, para que possam exercer de
fato sua cidadania”, abrevia Ermelinda Marçal, assistente social da
rede.
Segunda ela, na sua maioria, os efetivados têm deficiência intelectual e
auditiva. “As pessoas recebem treinamento que visam potencializar suas
habilidades, sobretudo, respeitando suas individualidades”.
ESTADUAL - O Padef (Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência) do governo estadual completa 18 anos.
ESTADUAL - O Padef (Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência) do governo estadual completa 18 anos.
Segundo a supervisora
do projeto, Marinalva Cruz, desde a criação do Padef mais de 13 mil
trabalhadores foram beneficiados.
E os números têm aumentado. “Em 2012,
foram 270 colocados no primeiro semestre. Neste ano, 429 pessoas com
deficiência foram contratadas.”
Serviço: Interessados em fazer parte dos programas e de participar dos
cursos oferecidos, assim como todas as demais atividades realizadas pelo
Padef e pela Avape, devem entrar no site das instituições www.avape.org.br e www.empregasaopaulo.sp.gov
Fonte: Diário do Grande ABC
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