A recém-criada Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de Campinas(SP) planeja a realização de um censo, ainda este ano, para saber a quantidade de pessoas com deficiência e a demanda desta população para definir novas políticas públicas.
Atualmente, a única estatística disponível é a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Censo em 2010 apontou que 15% da população tem alguma deficiência e outros 9% mobilidade reduzida.
“Onde estão estas pessoas? Qual o tipo de deficiência elas possuem? Estas são algumas das questões que precisamos levantar. É um número bem significativo, mas em espaços públicos, privados, não observamos esta parcela da população”, diz a secretária Emmanuelle Alckmin.
Parcerias
A secretaria recebeu duas propostas para análise de como o levantamento
poderá ser feito e busca parcerias da iniciativa privada para
viabilizar o projeto. A ideia é executar a pesquisa a partir de outubro.
Após os resultados, os dados serão cruzados com outras secretarias,
como a de Educação e Saúde.
“Infelizmente o binômio pobreza e deficiência existe. Há uma maior
incidência em regiões mais pobres e este Censo nos dará a noção exata de
onde cada um está. Investimentos em acessibilidade, por exemplo, devem
ser direcionados mais para estas áreas”, completa Emmanuelle.
'Direcionar a política'
"É fundamental direcionar a política para regiões. São muitas as áreas
que precisam de investimento, como lazer e esporte”, opina Edivaldo
Bueno de Oliveira, professor em mobilidade da Pró-Visão, entidade que
cuida de pessoas com deficiência visual.
“Pessoas com deficiência física
leve, moderada, não são enquadradas em leis, como a do passe do
transporte, de trabalho. Se o Censo apontar um número grande destas
pessoas, poderá haver mudanças” completa Kelly Cardoso Augusto,
fonoaudióloga e coordenadora da Associação de Pais e Amigos de Surdos de Campinas (Apascamp).
A partir de 2014, a secretaria terá uma fatia do orçamento municipal. A
intenção de Emmanuelle, contudo, é que haja um comprometimento em
outras áreas da Prefeitura.
“É importante haver uma secretaria, que
possamos desenvolver projetos, mas não podemos segmentar. Teremos muito
diálogo com outras pastas, que já possuem projetos para deficientes. O
que iremos é delinear melhor isso”, finaliza.
Fonte: G1
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