Na última terça (15) foi celebrado o dia do professor. Em Petrolina, no Sertão pernambucano, a pedagoga Sirlene Xavier é exemplo de superação e dedicação ao ensino.
Ela é a única professora com deficiência visual da região e que leciona aulas em braile.
A pedagoga superou inúmeros obstáculos para conseguir exercer a
profissão de professora. Ela relata que teve dificuldades com a
formadora de estágio.
“Por ter dificuldade, eu me planejei acima do
normal. A mania de toda pessoa cega é querer dar o melhor. Eu me
preparei para trabalhar minhas aulas e naquele tempo a gente trabalhava
muito com mimeógrafo, me mimeografava minhas aulas e para minha surpresa
e fui aceita pelas crianças, mas tive dificuldades com a formadora”,
relata Sirlene.
Sirlene dá aulas em braile em uma turma é composta por pais de alunos
que têm deficiência visual e por algumas pessoas que trabalham com
pessoas com deficiência. A coordenadora pedagógica, Silvana Nogueira,
além de aluna é colega de trabalho de Sirlene.
“Ela é muito exigente e
dedicada, responsável e quer ver o resultado do nosso trabalho com os
nossos alunos e temos outros professores de outras escolas, alunos da
faculdade que fazem o curso junto com a gente”.
Para a servidora pública, Márcia de Almeida Bispo, o braile representa
um mundo novo. “Eu me interessei de fazer o curso porque trabalho no
local que funciona o Conselho de Deficiência e há a necessidade de ter
uma pessoa que compreenda o braile”, explica.
Já a vice-diretora da escola, garantiu que houve uma mudança
significativa na educação inclusiva da instituição após a chegada da
professora.
“Na reunião pedagógica, ela sempre coloca pra gente que temos
que olhar o todo e não só a deficiência em si, mas ver aquele aluno,
pessoa com deficiência de forma geral que é capaz de realizar todas
atribuições que uma pessoa normal”.
Além de cursar pedagogia Sirlene fez também três especializações, todas
na área de educação. Um dos orgulhos que ela carrega é o de ter
conseguido superar os limites.
“A gente sabe que é difícil para um pai e
uma mãe que tem um filho com deficiência acreditar nele, tirar a ideia
de que ele é um doente e que ele acredite nele próprio. E se a familia
não apoia, busca um vizinho ou amigo, porque a gente só é o que a gente
se põe a fazer”, aconselha a professora.
Fonte: G1
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