13 de out. de 2014

Projeto em MG incentiva uso de brinquedos educativos para crianças com deficiência

Foto do logo do Projeto Infância


O Dia das Crianças é uma data marcada por intenso consumo de brinquedos no comércio. Celebrada por meninos e meninas de diferentes faixas etárias, a data é uma oportunidade para estimular a criatividade dessa época da vida. 


Em Uberlândia, MG, um projeto infantil atenta a população para a inclusão até mesmo na forma de brincar. O "Projeto Infância" vende brinquedos educativos para pessoas com deficiência e é uma saída para esse público, que nem sempre é contemplado pelo mercado.


Criado em 2011, o projeto surgiu a partir de uma clínica montada por uma psicóloga infantil e uma fonoaudióloga para atender crianças com dificuldade no aprendizado, tanto para pessoas com deficiência como para pessoas sem.


“Nós atendemos todo o tipo de público, inclusive crianças com deficiência motora e intelectual. Percebemos uma dificuldade de acesso dos pais a brinquedos pedagógicos na cidade, então abrimos uma loja junto à clínica para revendermos produtos com esse propósito”, explicou uma das sócias, Sandra Barbosa.


A loja tem produtos para diferentes idades, desde bebês até adolescentes de 14 anos. Os itens, com preço entre R$ 14 e R$ 100, são formados por materiais que estimulam as habilidades das crianças.


“A maioria dos pais prefere jogos que estimulam a leitura, a escrita e a matemática. A nossa recomendação é estimular a criança a jogar com irmãos e colegas para trabalhar habilidades conjuntas. Outra recomendação aos pais é não deixar a criança em frente ao computador ou à televisão somente passando o tempo”, orientou.


Apesar de o foco do projeto ser o atendimento clínico, os brinquedos funcionam como um estímulo a mais para as crianças. A utilização dos brinquedos depende do grau de deficiência. 


“O que tentamos fazer é incentivá-las a brincar com algo que desenvolva as habilidades, mas que ao mesmo tempo seja prazeroso. Hoje temos diversos brinquedos e até softwares educativos que são utilizados para estimular as meninas e os meninos”, afirmou.


Para além do projeto, o mercado de brinquedos convencionais pode ser adaptado para atender às crianças com deficiência.


Com 14 anos de trabalho em uma loja da cidade, a gerente Kênia Alves disse que é comum a procura por brinquedos para crianças com deficiência, principalmente em datas como o Dia das Crianças e o Natal. 


“Nesses casos, sempre procuramos indicar produtos que estimulem os sentidos da criança. Por exemplo, para uma criança com deficiência visual, recomendamos brinquedos com som e com formas diferentes para estimular a imaginação da criança em outros sentidos que não apenas a visão”, explicou.


A gerente conta que a recomendação é adequar o brinquedo à dificuldade da criança. “Teve um ano que vendemos um carrinho de controle remoto para uma criança com deficiência visual. 


Ele veio até a loja e estava muito empolgado com o brinquedo. A equipe foi para o fundo da loja, em um local mais silencioso, e ligou o aparelho. Ele sabia onde o carrinho estava pelo barulho do motor. Foi emocionante”, recordou.


Luciana Aparecida de Abreu é mãe de Gabriel, de 11 anos, que tem Síndrome de Down. “A procura por brinquedos na cidade é tranquila. 


Acredito que a utilização desses recursos é importante e que o estímulo desde pequeno é necessário para um bom cenário. Os brinquedos estimulam a criatividade, a imaginação e até a aprendizagem, na área de matemática, por exemplo”, afirmou.


Jogos de computador e de videogame estão entre as preferências de Gabriel, mas a mãe procura variedade. 


“Só temos cuidado na escolha dos jogos, que geralmente são de esporte. Jogos de memória, de matemática, tudo estimula o raciocínio. Muitas vezes estudar é cansativo, então por meio dos jogos o processo se torna mais divertido, mais criativo”, destacou.


Fonte: G1


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