O Dia das Crianças é uma data marcada por intenso
consumo de brinquedos no comércio. Celebrada por meninos e meninas de
diferentes faixas etárias, a data é uma oportunidade para estimular a
criatividade dessa época da vida.
Em Uberlândia, MG, um projeto infantil atenta a população para a inclusão até mesmo na forma de brincar. O "Projeto Infância" vende
brinquedos educativos para pessoas com deficiência e é uma saída para
esse público, que nem sempre é contemplado pelo mercado.
Criado em 2011, o projeto surgiu a partir de uma clínica montada por
uma psicóloga infantil e uma fonoaudióloga para atender crianças com
dificuldade no aprendizado, tanto para pessoas com deficiência como para
pessoas sem.
“Nós atendemos todo o tipo de público, inclusive crianças
com deficiência motora e intelectual. Percebemos uma dificuldade de
acesso dos pais a brinquedos pedagógicos na cidade, então abrimos uma
loja junto à clínica para revendermos produtos com esse propósito”,
explicou uma das sócias, Sandra Barbosa.
A loja tem produtos para diferentes idades, desde bebês até
adolescentes de 14 anos. Os itens, com preço entre R$ 14 e R$ 100, são
formados por materiais que estimulam as habilidades das crianças.
“A
maioria dos pais prefere jogos que estimulam a leitura, a escrita e a
matemática. A nossa recomendação é estimular a criança a jogar com
irmãos e colegas para trabalhar habilidades conjuntas. Outra
recomendação aos pais é não deixar a criança em frente ao computador ou à
televisão somente passando o tempo”, orientou.
Apesar de o foco do projeto ser o atendimento clínico, os brinquedos
funcionam como um estímulo a mais para as crianças. A utilização dos
brinquedos depende do grau de deficiência.
“O que tentamos fazer é
incentivá-las a brincar com algo que desenvolva as habilidades, mas que
ao mesmo tempo seja prazeroso. Hoje temos diversos brinquedos e até
softwares educativos que são utilizados para estimular as meninas e os
meninos”, afirmou.
Para além do projeto, o mercado de brinquedos convencionais pode ser
adaptado para atender às crianças com deficiência.
Com 14 anos de
trabalho em uma loja da cidade, a gerente Kênia Alves disse que é comum a
procura por brinquedos para crianças com deficiência, principalmente em
datas como o Dia das Crianças e o Natal.
“Nesses casos, sempre
procuramos indicar produtos que estimulem os sentidos da criança. Por
exemplo, para uma criança com deficiência visual, recomendamos
brinquedos com som e com formas diferentes para estimular a imaginação
da criança em outros sentidos que não apenas a visão”, explicou.
A gerente conta que a recomendação é adequar o brinquedo à dificuldade
da criança. “Teve um ano que vendemos um carrinho de controle remoto
para uma criança com deficiência visual.
Ele veio até a loja e estava
muito empolgado com o brinquedo. A equipe foi para o fundo da loja, em
um local mais silencioso, e ligou o aparelho. Ele sabia onde o carrinho
estava pelo barulho do motor. Foi emocionante”, recordou.
Luciana Aparecida de Abreu é mãe de Gabriel, de 11 anos, que tem
Síndrome de Down. “A procura por brinquedos na cidade é tranquila.
Acredito que a utilização desses recursos é importante e que o estímulo
desde pequeno é necessário para um bom cenário. Os brinquedos estimulam a
criatividade, a imaginação e até a aprendizagem, na área de matemática,
por exemplo”, afirmou.
Jogos de computador e de videogame estão entre as preferências de
Gabriel, mas a mãe procura variedade.
“Só temos cuidado na escolha dos
jogos, que geralmente são de esporte. Jogos de memória, de matemática,
tudo estimula o raciocínio. Muitas vezes estudar é cansativo, então por
meio dos jogos o processo se torna mais divertido, mais criativo”,
destacou.
Fonte: G1
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