Enquanto as pessoas com deficiência procuram a qualificação profissional, a falta de acessibilidade nos ambientes de trabalho ainda é considerada pela Associação Rio Branquense de Deficientes Físicos (Ardef) como a maior dificuldade para a inserção no mercado de trabalho. No último domingo (21) foi comemorado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.
"O preconceito já diminuiu muito, mas muitas empresas têm escritórios
que não são acessíveis. Não tem elevador, não tem banheiro adaptado.
Algumas pessoas com deficiência física conseguem se
inserir no mercado, mas quando se trata de um cadeirante, aí ele tem
mais dificuldade", afirma Roberval Rodrigues, presidente da Ardef.
Para ele, a capital do Acre, Rio Branco,
ainda é a cidade com maior acessibilidade, mas a situação nos outros 21
municípios do estado é complicada. "Em alguns municípios não tem
transporte coletivo, não existe acessibilidade, e isso dificulta a vida
da pessoa com deficiência", afirma.
Ele explica que a acessibilidade é primordial para assegurar o direito
das pessoas com deficiência.
"Uma das bandeiras que lutamos, e já
obtivemos avanços, é em relação ao transporte coletivo, que é muito
importante para a pessoa com deficiência, para que ele possa praticar
sua cidadania e ter garantido seu direito de ir e vir. Mas para você ter
um transporte coletivo acessível é preciso ter uma calçada, um rua
acessível", diz.
O presidente da Associação de Deficientes Visuais do Acre (Adevi),
Chelton Sampaio, ressalta que o movimento conseguiu várias conquistas
no decorrer deste ano para garantir uma maior acessibilidade.
"Conseguimos aprovar várias leis este ano, para adaptar as paradas de
ônibus, que os bandos emitam extratos em braile, aumento na porcentagem
para concursos e estamos batalhando por várias outras", exemplifica.
Preconceito
Chelton afirma que ainda existe bastante preconceito por parte dos
empresários na hora de contratar deficientes visuais.
"Eles costumam
achar que o deficiente vai ser incapaz na empresa, julgam antes de dar
uma fase de teste", diz.
O presidente da Adevi conhece bem essa realidade, pois já viveu na pele
o preconceito na hora de conseguir um emprego.
"Eu não trabalho
atualmente e isso já aconteceu comigo, já deixei de ser contratado por
ser deficiente visual. Não fiquei triste, fiquei revoltado. Ser julgado
pelos outros é chato", conta.
Fonte: G1
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