30 de set. de 2014

Conheça o Can Game, jogo para crianças com autismo vencedor do concurso da Microsoft

Foto do logo do jogo Can Game


A iniciativa surgiu em Pernambuco como um projeto de mestrado em engenharia de software no Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife


No dia 28 de janeiro, o Can Game ganhou o prêmio de Cidadania Mundial no concurso Imagine Cup 2014, promovido anualmente pela Microsoft


Para saber detalhes sobre o jogo, a coluna Geração Gamer conversou com Eraldo Martins Guerra Filho (34), da startup Life Up, responsável pela criação.
 

Como foi o desenvolvimento da ideia


“A pesquisa começou no ano de 2011. Nela, nós envolvemos educadores, psicólogos e outros especialistas para debater a proposta por quatro meses. Depois, o software foi desenvolvido entre seis e oito meses. Por fim, testamos o jogo com crianças autistas. Lançamos o produto em feiras científicas, iniciação científica e eventos médico”, afirma Eraldo, que coordena o game. 


A integração foi a regra durante todo o desenvolvimento da ideia dentro da Life Up, sem separar nenhum membro da equipe por parte do trabalho.


E quantas pessoas realmente botaram a mão na massa dentro do jogo? Eraldo responde: “Eu convidei alguns alunos da Escola Técnica Estadual Professor Agamemnom Magalhães (Etepam) para lançar este produto. 


A iniciativa começou com dois alunos e hoje são sete. Eu aplico, no projeto, a metodologia Scrum, por isso não há pessoas especializadas em partes específicas do jogo. Todo mundo espalha e compartilha o conhecimento para multiplicá-lo com todos. Dessa forma todos trabalham e aprendem”.
 

Como funciona o jogo


Conectado no videogame ou em um computador, o Can Game funciona através de quiz, perguntas e desafios que procuram estimular a criança portadora de autismo. A cada acerto e erro, o game mapeia as atividades motoras e lógicas do jogador. 


Os resultados são enviados para os médicos que tratam seus pacientes, procurando auxiliá-los em possíveis diagnósticos.


“Esse jogo é importante pra criança brincar com seus pai e amigos. A gente criou uma forma lúdica para tratar seu problema social e de saúde. O jogo ensina a arrumar a casa, a importância da alfabetização e a como tomar banho. O game mostra o que ela acertou ou errou e o que ela pode melhorar. O importante é saber porque ela errou”, completa Eraldo Martins Guerra Filho. 


Por esse motivo, foi fundamental a ajuda de especialistas de outras áreas, incrementando o jogo com novos recursos como o Kinect.
 

Game premiado pela Microsoft


O concurso Imagine Cup existe desde 2003, há 11 anos. Dezenas de milhares de estudantes competiram na categoria mundial da iniciativa, segundo John Scott Tynes (42), gerente de competição da Microsoft. 


“Os desenvolvedores Indies já podem publicar automaticamente seus jogos nas lojas do Windows e do Windows Phone. Em 2013, quando lançamos o Xbox One, nós também anunciamos o ID@Xbox, nosso Programa de Publicação de Desenvolvedores Independentes, que irá capacitar indies a publicar automaticamente seus jogos para o console da nova geração. Também fizemos grandes parcerias com empresas de tecnologia de jogos, como a Unity, cujo motor dos games suporta a publicação em nossa loja de aplicativos”, diz o organizador.


Ao vencer o Imagine Cup na categoria Cidadania Mundial com o Can Game, a Life Up levou um prêmio de US$ 3 mil. Eraldo disse o que fará com o prêmio:


“Como não temos patrocínio, nós temos despesas a quitar de viagens para São Paulo e para o sul do Brasil. Se sobrar dinheiro, vamos adquirir novos computadores e reinvestir em nossa startup”.


O desenvolvedor também explicou sobre o papel de seu game para crianças autistas. “Jogar impede que essa criança passe constrangimento social em atividades simples. É um jogo para incluí-la. 


Há pesquisas que afirmam que 24% da população tem deficiência física. Acreditamos nos games para este mercado. 


Temos dois projetos nessa área de deficiência física: Atlantis Atlas, de turismo acessível; e o Doctor of Joy, que usa o Kinect para ajudar crianças com problemas motores”, finaliza Eraldo, que joga desde os 6 anos de idade, quando mexeu em um Odyssey, videogame doméstico anterior ao Atari.


“A Life Up realmente fez o trabalho duro que esperávamos ver e sua proposta demonstrou que eram apaixonados por ajudar as crianças. Eles tinham um plano real para fazer o game para autistas acontecer”, completou Tynes, dando a posição da Microsoft sobre o jogo brasileiro.


Fonte: TechTudo



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