O que uniu esse casal é considerado diferença para
muitas pessoas: Altair Taborda, 62, e Maria da Graça Agostinho, 57, se
conheceram no serviço de Residência Terapêutica da prefeitura, onde
moravam.
Os dois são deficientes intelectuais. “Onde quer que eu vá, ela vai junto”, afirma Altair.
Altair fugiu com o circo quando tinha 6 anos, viajou
para lugares como Argentina, Bolívia e México. Teve dois filhos com uma
mulher que namorou no circo. Foi ter “paz no coração”, como ele mesmo
disse, quando veio para Bauru e conheceu Maria da Graça.
Altair ajudava a enfermeira a distribuir remédios
para os internos da residência. Em um desses passeios, encontrou Maria.
“Logo que ela me viu, já foi dizendo: ‘Eu gosto desse homem.’ Eu fingi
que não era comigo, mas comecei a acreditar.”
No começo, os dois namoravam na sala de televisão da
residência e continuavam dormindo em blocos separados: ele no masculino e
ela no feminino. Com o tempo, a coisa foi ficando séria e eles não
queriam mais dormir separados.
A coordenação da residência, então, deixou que
dividissem um quarto. Ainda assim, o casal não se sentiu à vontade.
Hoje, moram na própria residência e têm uma vida de casal.
As limitações de Maria da Graça não permitem que ela
faça os afazeres domésticos e, então, Altair cuida dessa parte: “Eu
lavo, passo, cozinho. As pessoas pensam que a pessoa com deficiência não
tem sentimentos e não é capaz. Eu fico abismado.”
Altair também frequenta o grupo para terceira idade
da USC (Universidade do Sagrado Coração) e leva a Maria nas festas e
encontros de sua turma.
Além disso, participa de aulas de teatro e sonha em se tornar um grande ator: “E a Maria vai junto comigo. Sempre”.
Quando questionado sobre quem cuida de quem, Altair
lança um olhar de ternura como se quisesse dizer: “Não acredito que você
não saiba”.
E, enfim, afirma: “A gente cuida um do outro. Nós nos amamos mais do que nunca”.
Fonte: Rede Saci
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