A israelense Liat Negrin entra no mercado, aponta o
dedo para a prateleira e, com a ajuda de uma pequena câmera presa à
armação dos seus óculos, identifica produtos e escuta a descrição de
cada um até encontrar uma caixa de leite.
Com os óculos, ela pode
realizar sozinha tarefas simples como identificar o ônibus correto para
ir ao trabalho ou ler um cardápio.
Realidade aumentada
Pesquisador de neurociência da Universidade de Oxford, Stephen Hicks
tem uma proposta um pouco diferente: ajudar deficientes visuais com
capacidade de percepção de luz a melhorarem sua orientação espacial.
Usando visão computacional e componentes eletrônicos de smartphones como
o giroscópio e o acelerômetro, ele criou um óculos que detecta formas
tridimensionais e permite enxergar objetos próximos.
Duas câmeras na parte frontal da armação captam as
imagens e as exibem em uma tela OLED transparente na parte interna,
criando um sistema de realidade aumentada para orientar o deficiente em
relação ao que está na sua frente.
Nos testes realizados com um protótipo, Hicks diz que alguns cegos
conseguiram ver seus braços, pernas e movimentos a poucos metros de
distância.
“Os óculos não dizem o que está à frente, mas dão um senso de
espaço maior ao usuário, gerando confiança e independência”, diz. A
meta é colocar o produto no mercado em até um ano após o término da
pesquisa, no próximo semestre.
Já o pesquisador Brandyn White, da Universidade de
Maryland, nos EUA, criou o projeto Open Glass, para estimular o
desenvolvimento de soluções para deficiente visuais no Google Glass, que
deve chegar às lojas em 2014.
White já desenvolveu alguns aplicativos-teste, como o
Question-Answers, no qual os usuários postam no Twitter fotos tiradas
pelo Google Glass e recebem a descrição feita pelos seus seguidores em
tempo real, e o Memento, no qual um usuário com visão normal pode
ensinar o Google Glass de um cego a reconhecer alguns objetos.
“Ajudamos desenvolvedores porque é onde vemos a
possibilidade de conquistar maior impacto, já que o potencial da
tecnologia é grande e vale o esforço de tentar criar soluções”, diz o
pesquisador.
O maior desafio de White e sua equipe é o
financiamento do projeto, tocado com a ajuda de um grupo de
desenvolvedores voluntários. Já Hicks, da Universidade de Oxford, tenta
viabilizar uma bateria leve, pequena, mas poderosa o suficiente para
manter seus óculos em funcionamento ao longo de um dia inteiro.
Enquanto
isso, a OrCam trabalha para incorporar outros idiomas ao seu sistema e
vender o produto fora dos EUA. “Esse tipo de tecnologia se tornará,
felizmente, cada vez mais comum”, diz Wexler.
Nenhum comentário:
Postar um comentário