Rádio-relógio, despertador convencional, celular...
São vários os produtos que têm a função de acordar as pessoas. Mas, o
que faz parte do cotidiano de muita gente, ainda é um desafio para quem
não escuta.
A presidenta da Associação dos Surdos do Ceará,
Silvia Helena Mota, explica que muitos surdos aprenderam a lidar com a
situação, acostumando o corpo a acordar sempre no mesmo horário.
Quando
tem uma viagem de manhã ela tenta “memorizar” à noite e acaba acordando
várias vezes. Em alguns casos prefere não dormir até o horário da
viagem.
O professor de libras para ouvintes, Wyller
Vasconcelos, já perdeu a hora. Ele lembra que uma vez já abriu a janela
para usar o calor do sol como despertador. Assim, acabou acordando e
dormindo várias vezes até o horário de se levantar.
O administrador da empresa Orpa Eletronics, Raul
Ribeiro, percebeu essa dificuldade quando recebeu no trabalho a visita
de um amigo de infância, que é surdo.
Como não conseguem ouvir o despertador, muitos usam a
função de alarme do celular e colocam embaixo do travesseiro para
acordar com a vibração do aparelho.
Ribeiro destaca que esse hábito,
além de fazer mal à saúde, muitas vezes não é eficaz, principalmente
porque os celulares mais novos não possuem uma vibração muito forte.
Dessa forma, ele consultou os engenheiros sócios da
empresa para saber se existia uma forma alternativa e barata para esse
público. Foi aí que surgiu o "Wake Up Deaf", Acorda Surdo, em inglês.
De acordo com o empresário, já existem despertadores
parecidos no mercado, mas muitos são importados e caros.
Em uma pesquisa
pela internet, o mais barato está em torno de 150 reais. A ideia é
justamente fabricar o produto para ser mais acessível, custando cerca de
80 reais.
O dispositivo está em fase de finalização, com o
desenvolvimento do aplicativo para conectá-lo ao celular. Agora, os
idealizadores buscam parcerias para produzir aparelhos em larga escala.
Quem quiser ajudar no projeto pode entrar em contato com a empresa pelo número: (61) 3222-5915
Fonte: EBC
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