8 de nov. de 2012

Governo cede terreno na zona leste da capital para a Associação de Amigos do Autista


Logotipo da Associação de Amigos do Autista
Um decreto assinado nesta terça, dia 30, pelo governador Geraldo Alckmin, cede área de 2.532 m2 na Vila Ré, zona leste de São Paulo, à Associação de Amigos do Autista (AMA). Segundo Alckmin, a entidade completa no ano que vem "30 anos de bons serviços prestados à causa da saúde, à causa social, cuidando dos autistas e apoiando as famílias". Com a doação do terreno, a AMA fará sua quinta unidade de atendimento aos autistas.

O imóvel cedido servirá como espaço para atendimento aos jovens e adultos com autismo. A Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella, que prestigiou a assinatura feita no Palácio dos Bandeirantes, declarou: "é importante para a sociedade entender que juntos vamos descobrindo caminhos e alternativas, sejam elas científicas ou sociais, para que possamos incluir, integrar, assistir e cuidar das pessoas com autismo e os seus familiares".

Conheça a AMA

A história da AME começa em 1983, quando a síndrome do autismo, que hoje muitos tratam com familiaridade, era totalmente desconhecida. A palavra autismo, definida em 1943/44 por Leo Kanner e Hans Asperger, constava apenas do vocabulário de alguns psicólogos e psiquiatras, e ainda assim só os especializados.

Em 1983, o médico Raymond Rosenberg tinha alguns clientes que viviam um momento de angústia: eles tinham filhos de 3 anos em média e há pouco tinham sido diagnosticados com autismo. Essa era toda a informação que esses pais tinham: o nome da síndrome. Não havia qualquer pesquisa ou tratamento na cidade, no estado ou no país que pudesse ser utilizado para ajudar aquelas crianças. Os atendimentos para crianças excepcionais não eram adequados e nem mesmo aceitavam pessoas com autismo.

Foi então que esses pais decidiram se reunir para, juntos, construir um futuro que amparasse seus filhos, e proporcionasse a eles maior independência e produtividade. Fundaram a AMA - Associação de Amigos do Autista, a primeira associação de autismo no país, e antes de completar um ano de fundação, a AMA já tinha uma escola, que funcionava no quintal de uma igreja batista. Este espaço era cedido pelo pastor Manuel de Jesus Thé, pai de César, que tinha a Síndrome de Asperger.

A partir de então, começou uma luta sem igual. Por sua natureza de pesquisa na área do autismo e por haver uma população carente para ser atendida, a instituição - beneficente e sem fins lucrativos - lutava e luta até hoje para manter-se financeiramente. Na época da fundação da AMA, sendo o autismo ainda pouco conhecido, tornava-se muito difícil conseguir ajudas e arrecadar fundos. Fez-se necessária uma campanha na televisão com o conhecido ator Antonio Fagundes, para que as pessoas em geral pudessem familiarizar-se com a palavra autismo e não continuassem confundindo a AMA com Associação de Amigos do Artista, ou Alpinista como frequentemente acontecia.

Atualmente, a AMA pode oferecer atendimento 100% gratuito graças a dois importantes convênios com as Secretarias de Estado de Educação e da Saúde. Hoje, palavra autismo não é mais aquele mistério. Muitas pessoas se envolveram com a causa e fundaram associações semelhantes, para a educação de pessoas com autismo por todo o Brasil. Outros países se envolveram com a causa, como a Suécia que durante mais de 10 anos contribuiu financeira e tecnicamente com a AMA. Já foram realizados encontros regionais e nacionais, cursos e congressos.

Ao longo de sua jornada, a AMA conquistou reconhecimento como instituição de utilidade pública (Utilidades Públicas: Municipal - Decreto n°. 23.103 - 20/11/86, Estadual - Decreto n°. 26.189 - 06/11/86 e Federal - D.O.U.24/06/91). Recebeu, da sociedade, prêmios pelo trabalho realizado, como o "Prêmio Bem Eficiente", da Kanitz e Associados (1997 e 2005) e o "Prêmio Direitos Humanos", da Unesco e Poder Executivo Federal (1998), entregue à AMA pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

Fonte: http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br

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