21 de nov. de 2012

Escola em SP é exemplo de inclusão de pessoas com deficiência

Alfabeto em Libras
A Escola Municipal Olga Ferreira de Campos, em Araraquara (SP), é exemplo para a inclusão de alunos com deficiência. 

O ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) é obrigatório na unidade e os estudantes praticam a inserção na sala de aula.

Na turma do 5º ano do Ensino Fundamental a matéria é revista e, em um canto da sala, dois estudantes com deficiência auditiva ficam de olho em tudo e, com prestam atenção máxima na professora e na intérprete.
 
Guilherme é um dos alunos, e está na escola de 2008. Três anos depois, chegou Vitória, que também não teve dificuldades para se adaptar ao grupo. “Foi bem natural, eles se entrosaram super bem”, afirmou a intérprete Tânia Regina.

A chegada de Guilherme e Vitória mudou a rotina da escola. Aos poucos, os outros alunos começaram a interagir com os colegas e os professores passaram a usar um livro especial. Hoje, o resultado é que a sala inteira se comunica em Libras. “Aprendemos com a professora. Nós prestávamos atenção e perguntávamos como era. Além disso tinha o livro”, comentou a estudante Letícia Cirilo.

Na aula de interpretação de texto, os estudantes contam histórias em Libras. Mas os gestos não são apenas para falar sobre a matéria. Eles interagem e brincam entre si. “Ele disse que eu sou mulher, e disse que ele também era”, explicou o aluno Vitor Hugo Santos.

A professora Marli Aere conta que a inclusão de Guilherme e Vitória foi um aprendizado, mas não só para os dois. 

“É a primeira vez que eu me deparo com uma situação dessa, eles interagiram muito bem”, afirmou. “Tanto que a professora de Libras não estava aqui e os alunos queriam ajudar, os próprios alunos passavam pra eles”, disse.

A mãe de Guilherme, Márcia Colombo de Souza, está orgulhosa com o rendimento do filho, mas não foi fácil chegar aqui, segundo ela. 

“A gente procurou duas escolas particulares, só que a resposta que eu tive é que procurasse uma escola pública porque eles não estariam preparados”, relembrou, comentando os benefícios.

 “Ele sempre foi uma criança muito retraída, mas com essa convivência com as crianças, ele se tornou uma criança mais feliz”.

A diretora Cláudia Lemos Borges diz que a escola teve que superar algumas dificuldades. “Na faculdade, não aprendemos a lidar com esse aluno. Nosso maior desafio foi estudar para esse aluno ficar integrado à nossa escola”, comentou.

Hoje existe uma obrigatoriedade para essa integração. “Apesar de existir uma lei federal, não necessariamente as escolas se preparam pra isso. Existe uma ‘querência da equipe’ a gente precisa querer”, finalizou Cláudia.

Fonte: G1

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