24 de nov. de 2012

Projeto leva surf e body boarding para pessoas com deficiência

prancha de surf
Utilizar o surf como instrumento de inclusão social e atividades lúdicas.

É com essa filosofia que o projeto Estrelas do Mar, realizado todos os sábados no Bar Abrolhos, em Aracaju (SE), leva aulas de body boarding para crianças, adolescentes e adultos com deficiência.

Criado em 2011, o projeto é uma homenagem ao surfista profissional Ailtinho ‘Kostela’, assassinado depois de tentar impedir um assalto à uma criança. 

“Ele tinha um sonho de dar aulas para as crianças em situação de risco. Então resolvemos fazer esta homenagem pra ele. Começamos com oito crianças oriundas da Apae e hoje nós temos 54 alunos cadastrados, sendo que 34 possuem deficiência”, conta o coordenador e fundador do projeto, Byron Silva.

Atualmente, o projeto conta com 22 voluntários entre professores de educação física, instrutores, pedagogos, psicólogos e fonoaudiólogos. 

“As pedagogas são especialistas em educação inclusiva. Elas preparam a parte pedagógica e interativa, ou seja, alunos com ou sem deficiência fazem a mesma atividade lúdica e de integração e depois partem para a atividade na água”, explica o coordenador.

Além dos voluntários, o projeto conta com o apoio dos pais de alunos e parceria da Waves Escola de Bodyboarding e do Governo do Estado que oferece o ônibus para o transporte dos alunos. “Na verdade, a gente se mantém com recursos próprios, doações de voluntários e dos pais que trazem os lanches e o protetores solares”, revela.

Benefícios

Os benefícios trazidos pelo projeto alegram organizadores, voluntários e pais de alunos. ‘A cognição deles aumenta muito, há um desenvolvimento motor e ainda tem a questão da sociabilização. Eles passam a se sentir mais seguros para brincar com outras crianças e isso é notado por todos os pais que frequentemente relatam estas melhorias”, diz Byron Silva.

A aposentada Marieta Martins traz seu filho de 27 anos ao projeto desde o início das aulas. “Isto é tudo que eles precisam. As crianças desenvolvem muito e isso é uma coisa fabulosa. 

Apesar de meu filho ser quieto e introvertido, a gente nota que ele gosta muito, ele não perde uma aula, faz questão de acordar cedo para vir às aulas e se desenvolveu bastante”, detalha Marieta.

O filho de Laudicélia Santos tem nove anos e também é daqueles que não perdem nenhuma aula do projeto. 

“Meu filho se adaptou bem. Eu já procurava um esporte para eles e quando surgiu esse projeto, eu aproveite a oportunidade. O comportamento dele mudou, já que ele é hiper ativo e aqui gastar as energias”, explica.

Byron Silva faz questão de falar de sua alegria em integrar o projeto. “É uma satisfação muito grande saber que você pode proporcionar bem estar para as pessoas.

 Nós recebemos e damos muito carinho, aprendemos a valorizar a vida. Companheirismo e solidariedade são valores que ficam evidência entre nós. Crescemos como pessoa e valorizamos o ser humano”, opina.
 
Estrelas do Mar

Segundo Byron Silva, o nome do projeto tem a influência especial de um conto. “Um escritor e um pescador andavam a beira da praia quando viram uma estrela do mar queimando ao sol. 

O escritor viu que o pescador jogava de volta ao mar estrelas que estavam ao sol e perguntou o qual o motivo que o levava a fazer aquilo, sabendo que não conseguiria devolver todas à tempo. 

O pescador então respondeu que estava fazendo a parte dele. Aquelas que ele pudesse devolver a vida, ele devolveria. Ele faria sua parte, tudo o que podia, mesmo sabendo que não poderia fazer por todos”, conta o fundador.

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