4 de nov. de 2012

Enem 2012: Candidatos com deficiência de SP reclamam de acessibilidade em local de prova

    Marcello Martins Rochael, 43, e Nataly Natanie Miranda, 19, aguardam a abertura dos portões
Candidatos com deficiência que fizeram o (Exame Nacional do Ensino Médio) 2012 na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, reclamaram da falta de carteiras adaptadas para cadeiras de roda no primeiro dia do exame. 

A solução encontrada, segundo os candidatos, foi fazer a prova na carteira do professor.  

"Ontem, a sala não estava adaptada, foi tudo feito a toque de caixa. Pedi suporte de perna [na inscrição] e não tinha. A mesa, usaram a do professor", contou Marcelo Martins Rochael, 43, que faz a prova do Enem para tentar uma vaga em medicina.

Ele já é formado em computação pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e em psicologia por uma universidade particular; agora, pretende passar na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) ou em outra federal. 

Marcello conta que gostaria que todas as pessoas com deficiência tivessem vontade e oportunidade de fazer o ensino superior. "Acho que o deficiente deveria ter mais acesso, muita gente não tem condição de sair de casa e também não se anima", afirmou.

Nataly Natanie Miranda Inácio, 19, faz o Enem pela primeira vez e quer entrar no curso de psicologia. "Eu pretendia trabalhar com primeiros socorros, mas por causa da minha deficiência não dá, então vou fa zer psicológico que gosto também", disse a garota.

Ela também reclamou da falta de mesas e teve que usar a mesa do professor. Sobre a prova, ela achou que estava complexa, mas já esperava por isso.

 Cadeiras de rodas

Acompanhada da mãe, Mônica Guimarães, 18, faz o Enem para testar os conhecimentos, pois pretende entrar no curso de letras da USP (Universidade de São Paulo), que não usa a nota do exame.

Para Mônica, que usa cadeiras de rodas, a acessibilidade na sala "estava tranquila", mas ela também teve o mesmo problemas com a falta de carteira: "Não tinha mesa para mim, só a do professor que o aplicador ia usar. 

Mas, acabei usando a moeda deles mesmo, como só tinha eu que precisava não teve problema", contou.

Maria Isabel, 42, mãe de Mônica, contou que elas moram em Interlagos e colocaram a menina para fazer a prova na Barra Funda. "Saímos às 10h de casa para chegar 11h30 aqui e ainda tive que deixar o irmão dela em outro local de prova. Tem uma universidade perto de casa que também tem prova do Enem, dava para ir sem carro para lá e eles mandam pra cá", reclama.

A mãe vai deixar a candidata na sala de aula e mais tarde volta para buscá-la. "Fico com o coração na mão, bem mais nervosa do que ela", afirmou. 

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do MEC informou na tarde deste domingo que não irá se pronunciar sobre a queixa de falta de acessibilidade nessa escola em São Paulo.

Fonte: Educação UOL

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