27 de jun. de 2013

Mesmo após perder a visão, médico de SC não abandona a profissão

Foto de dr. Wilson em seu consultório
Em 1985, o então jovem e recém-casado Wilson Alves de Oliveira sofreu um grave acidente automobilístico em Santa Catarina

Foi diagnosticado com traumatismo cranioencefálico, perda do olfato e da visão. 

Ficou internado na UTI, realizou uma série de cirurgias e se submeteu meses de readaptação à nova realidade. 

Hoje, com 56 anos, continua exercendo sua profissão de médico e conta orgulhoso que muitos dos pacientes que atende diariamente pelo SUS de Blumenau ou em sua clínica particular sequer reparam que ele é deficiente visual.

O médico foi operado em Santa Catarina, mas a complexidade do caso pedia a intervenção de especialistas de São Paulo. E foi na maior cidade do país que ele descobriu que jamais recuperaria a visão – seus olhos, até hoje, não respondem a nenhum estímulo de luz. 

No mesmo ano, dr. Wilson fez curso de reabilitação na fundação Dorina Nowill, centro de referência para deficientes visuais. “Lá, aprendi o braile, a me locomover com o auxílio de uma bengala e atividades da vida cotidiana. Antes, nem cortar um bife eu conseguia”, relembra.

Ser independente e “feliz com a vida” são outras características do dr. Wilson, que garante: nunca teve problemas com aceitação. “Vivo sozinho, viajo de avião sozinho, vou ao supermercado, pego táxi e até metrô quando estou em São Paulo. Eu e a minha bengala, né?”, conta o pai de três jovens “maravilhosos”. Apesar da agitada rotina, o dr. Wilson ainda arruma tempo para cuidar da saúde, fazendo trilhas a pé e pedalando sua bicicleta de dois selins.

A tecnologia se encarrega de mantê-lo informado, por revistas no formato MP3, e de adaptá-lo ao computador, equipado com softwares especiais para deficientes visuais. Mas a força para seguir em frente, segundo dr. Wilson, “está dentro de nós e de Deus”. 

Por isso, procura seguir os ensinamentos de pensar sempre no próximo e de praticar a caridade. "Assim, tudo fica tranquilo. Tanto é verdade que nunca tomei um comprimido de antidepressivo na vida".

Fonte: Terra

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