Duas técnicas de enfermagem foram denunciadas pela
Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Boletim de Ocorrência, após se
recusarem a prestar socorro a um deficiente físico de 57 anos.
O homem
teria sofrido um ataque de epilepsia durante uma viagem de ônibus na
BR-319, que liga o Amazonas ao estado de Rondônia.
Entretanto, após o
ônibus chegar Manauso serviço de socorro em um posto de saúde no porto
da Ceasa, Zona Sul de Manaus, conforme informações da PRF. O fato
ocorreu no domingo (1º).
De acordo com a PRF, o ônibus em que o homem estava
chegou à base da polícia, instalada no km 1 da rodovia, por volta das
15h.
O motorista do coletivo informou que um dos passageiros teve
convulsões e desmaiou dentro do veículo. Sob orientação dos policiais no
local, o coletivo seguiu até uma base de remoção da Secretaria de
Estado de Saúde (Susam), situada no porto do Ceasa.
Entretanto, duas técnicas de enfermagem que atendiam
no local não prestaram os primeiros socorros às vítimas, segundo conta o
agente da PRF André Costa, que atendeu a ocorrência.
"Eu vi que ele
estava babando bastante, desacordado. Eu segui o ônibus até a base e
quando cheguei já vi o coletivo voltando. Perguntei se ele [motorista]
tinha deixado o senhor lá, mas as duas técnicas disseram que não fariam o
atendimento porque a base só atendia pessoas vindas do interior do
Amazonas", contou.
O agente informou ainda que as técnicas se negaram a
chamar uma ambulância do Serviço Médico de Urgência (SAMU).
"Elas
disseram que não adiantava ligar porque eles não iriam fazer atendimento
naquela área. Disseram que não podiam atendê-lo pois estavam esperando
um paciente vindo do Careiro, mas é inadimissível que duas profissionais
de saúde tenham sequer ido até o ônibus para ver a situação do homem. E
se ele tivesse um infarto? Se estivesse morrendo?"
.
Segundo Costa, foi ele quem precisou prestar socorro à
vítima. O agente contou ainda que levou o homem - dentro da viatura -
até um posto de saúde situado no bairro Mauazinho, na Zona Sul, mas a
unidade estava fechada.
Ele foi então conduzido ao Serviço de Pronto
Atendimento (SPA) do Educandos, também na Zona Sul, onde recebeu
atendimento médico.
Susam comentou caso
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde
(Susam) informou que "no Porto da Ceasa funciona apenas uma base de
remoção de pacientes, que recebe as pessoas que vêm do interior do
estado e precisam ser levados de ambulância para unidades de saúde da
capital".
Ainda conforme a pasta, "a coordenação do serviço
informou que, quando foi procurada com o caso do senhor, a base estava
com uma ambulância fazendo remoção de um paciente que veio do interior
para o HPS João Lúcio e a outra ambulância já com paciente embarcado,
grave, infartado, pronto para ser removido ao atendimento de urgência".
A Susam disse ainda que a técnica de enfermagem que
estava prestando serviço na base teria orientado as pessoas que
acompanhavam o homem a acionar o SAMU.
Para a PRF, entretanto, o ato se tratou de omissão de
socorro. "Não as levei a delegacia para não causar maior prejuízo, pois
só tinham elas na unidade. Nós agentes não medimos esforços para
ajudar, mas é um absurdo que quem trabalha com saúde não tenha nem
sequer tido a preocupação de ver o estado do homem dentro do ônibus",
completou.
O caso foi levado à Polícia Civil do Amazonas. Outra
agente que acompanhou o caso registrou um Boletim de Ocorrência (B.O) no
1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), como omissão de socorro dolosa.
Não há informações sobre o estado de saúde do homem.
Fonte:: Rede Saci
Nenhum comentário:
Postar um comentário