Pelo sétimo ano consecutivo, a administradora de empresas Ana Cláudia Monteiro, cadeirante, leva às ruas do Catete, zona sul do Rio de Janeiro, o bloco Senta Que Eu Empurro. Ele sai no próximo dia 28, “sempre na sexta-feira que precede o carnaval”, disse Ana Cláudia hoje (21) à Agência Brasil.
A ideia do bloco surgiu de um grupo de pessoas que trabalhavam no Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD) e que gostavam muito de carnaval. Um dia, a psicóloga Márcia Benevides, deficiente visual,
que trabalhava com o grupo, manifestou o desejo de saber qual era a
sensação de andar de cadeira de rodas.
“Então, alguém falou: Senta que
eu empurro, Márcia. Na hora, a gente pensou: poxa, dá um bloco de
carnaval, vamos fundar. No grupo, tinha um jornalista e ele espalhou a
notícia. Fez uma matéria falando do bloco e a gente foi obrigado a botar
o bloco na rua”, disse Ana.
De acordo com cálculos da Polícia Militar e da Guarda Municipal, cerca
de 2 mil pessoas participaram do desfile no ano passado. Ana Cláudia
disse que vem gente de fora do Rio especialmente para desfilar no bloco.
“Em geral, são muitas pessoas com deficiência, de todas as partes que
você puder imaginar. Gente de São Paulo, do Maranhão, de Minas Gerais,
que vem só para o desfile do bloco, além de pessoas com deficiência do
Rio e moradores do bairro, que têm um carinho especial pelo bloco”.
Ana Cláudia disse que o Senta Que Eu Empurro é um bloco que tem como objetivo a inclusão. “A ideia é essa. É mostrar que todo mundo pode brincar o carnaval, cada um à sua maneira”.
A turma começará a se concentrar a partir das 18 horas, na Rua Artur
Bernardes, número 26. A saída do desfile está marcada para às 20 horas.
Depois de percorrerem várias ruas do bairro, os integrantes do bloco
encerram o desfile no estabelecimento Paraíso do Chope. “Termina tudo
com uma chopada”.
A porta-bandeira do bloco é a pentacampeã brasileira de dança em
cadeira de rodas, Viviane Macedo. A madrinha de bateria é uma anã
passista de escola de samba, Viviane Alves de Assis. Outra passista é a
primeira repórter com Síndrome de Down do Brasil, Fernanda Honorato.
Fernanda é apresentadora do Programa Especial da TV Brasil.
Fonte: Jornal do Brasil
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