A falta de um técnico em libras nas autoescolas de São Carlos (SP) e região tem gerado transtornos às pessoas com deficiência auditiva que sonham em tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Os alunos precisam de um intérprete para auxiliá-los nas aulas e
exames. Quando o estabelecimento oferece o serviço desse profissional,
entretanto, o custo da habilitação pode ficar até R$ 1 mil mais caro.
O presidente do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP),
Daniel Annenberg, disse que tanto o órgão quanto o Sindicato do Centro
de Formação de Condutores tem trabalhado para melhorar essa situação.
“O sindicato está formando os seus técnicos para atender esse pessoal.
Em 2013, o Detran formou 53 funcionários e o nosso compromisso é chegar a
300 até o fim do ano.Isso vai continuar no ano que vem. O objetivo é
ampliar ainda mais”, afirmou.
Repasse
Enquanto isso, o custo do serviço do tradutor é sempre repassado ao
futuro motorista, lembrou a presidente da Comissão das Pessoas com
Deficiência, Aline Bravo.
“Essa taxa adicional foi constatada por meio
um inquérito civil público. Isso acaba se tornando uma barreira
econômica para a emissão dessa carteira”, explicou.
O aposentado Maurício Ribeiro contou que o sonho da filha Rosana é
tirar a CNH para que ela possa trabalhar e realiza outras atividades
sozinha. O maior problema tem sido encontrar uma autoescola que tenha o
intérprete e que não cobre tão caro pelo serviço.
Voluntário
Uma vez por semana, Rosana e outros amigos com deficiência auditiva se
reúnem na casa do técnico em libras, Alexandre de Souza, para aulas de
trânsito. No local, o grupo aprende tudo sobre sinalização.
Intérprete e voluntário, Souza dedica quatro horas por semana para as
aulas. Aos poucos, os alunos aprendem a legislação, mas o maior problema
é que na hora da prova do Detran os futuros motoristas fazem na
presença de um intérprete.
“Isso dificulta porque a linguagem dos deficientes é diferente, então
eles precisam de um intérprete para ajudá-los na hora da dificuldade.
Eles precisam entender a palavra”, explicou Souza.
Fonte: G1 São Carlos e Araraquara
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