Projeto desenvolvido pelo Laboratório de Controle Avançado, Robótica e
Engenharia Biomédica, do curso de Engenharia Elétrica do Centro de
Tecnologia e Urbanismo (CTU), da UEL, resultou em uma solução de baixo custo para melhorar a autonomia de pessoas com paraplegia ou tetraplegia.
Paratletas da equipe de basquete de cadeira de rodas de Londrina testaram recentemente o protótipo desenvolvido em laboratório, movido por sopro e sucção, dispensando qualquer outro esforço físico.
Os primeiros movimentos em condições reais mostraram uma cadeira ágil,
de respostas rápidas.
Os testes devem ter continuidade para
aprimoramento do protótipo, que poderá ter patente requerida em nome da
UEL, para posterior repasse de tecnologia a empresas que tenham
interesse em fabricar o produto em escala comercial.
O modelo foi desenvolvido a partir de uma ideia do pesquisador Walter
Germanovix, em 2000, a partir da refilmagem de “Janela Indiscreta”,
protagonizado por Christopher Reeve e Daryl Hannah. Na época, Germanovik
e o também pesquisador da UEL, Ruberlei Gaino, eram alunos de doutorado
na Universidade de Londres.
O projeto ganhou força a partir de 2006,
com financiamento da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior (SETI).
Um dos diferenciais é justamente o baixo custo, se comparado a produtos
importados, que custam até R$ 70 mil, segundo a professora, Sílvia
Galvão Cervantes, uma das integrantes do Laboratório de Controle
Avançado, atualmente diretora do CTU.
Ela estima que a cadeira “made in
Brazil” possa chegar a um custo de R$ 6 mil, tornando-se bem mais
acessível. “O usuário deste equipamento sempre será dependente, mas
ganhará autonomia para locomover-se, sobretudo em casa”, definiu Sílvia,
O professor Ruberlei explica que o modelo “pé vermelho” tem custo
acessível porque utiliza componentes igualmente baratos.
Os
pesquisadores desenvolveram um módulo de baixo custo, com circuitos e
sensores avaliados em aproximadamente R$ 500,00.
A cadeira elétrica tem
custo estimado de cerca de R$ 3 mil. O diferencial é exatamente a
tecnologia de última geração, desenvolvida na UEL, utilizando softwares e
recursos da Engenharia Biomédica.
O projeto envolveu pelo menos sete professores e cerca de 15 alunos de
graduação (Iniciação Científica) e pós-graduação (Mestrado) e serviu
inclusive de modelo para cientistas da Holanda que vieram conferir o
trabalho desenvolvido pela UEL.
O estudante de mestrado em Engenharia
Elétrica, Édino Gentilho Júnior, está concluindo sua dissertação com
base na experiência da cadeira de rodas. Coube ao estudante, que tem
apenas 26 anos, aprimorar a tecnologia embutida no protótipo até os
testes finais.
Segundo o mestrando, sua função foi retirar a cadeira da bancada
adaptando-a as condições reais de utilização. Ainda não há testes sobre a
durabilidade da bateria, cuja recarga ocorre com o uso da energia
elétrica. Ele estima que a autonomia do modelo seja de 15 horas.
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