Possibilitar a um usuário de cadeira de rodas
enfrentar um trecho de subida com até 40% de inclinação é um dos
objetivos do sistema automotor de tração inventado por pesquisadores da Faculdade de Engenharia da Unesp,
Câmpus de Guaratinguetá.
A tecnologia é simples, uma terceira roda
dianteira com baterias, e o custo é baixo: a redução prevista é de até
60% em relação a produtos similares importados.
O sistema foi desenvolvido como resultado do mestrado do aluno Júlio
Oliveto Alves em parceria com o professor que orientou sua pesquisa,
Victor Orlando Gamarra-Rosado. Em junho, o pedido de patente da
tecnologia foi depositado pela Agência Unesp de Inovação (AUIN) junto ao
INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). O protótipo foi apresentado ao público em agosto, na Feira de Reabilitação 2012, evento ocorrido na cidade São Paulo.
Segundo seus inventores, o equipamento é de fácil instalação em
qualquer modelo de cadeira de rodas e pode ser utilizado em diferentes
tipos de terreno, mas exclusivamente em ambientes externos. Suporta até
90 quilos com velocidades superiores a 30 quilômetros por hora,
reduzindo para 5 quilômetros por hora nos trechos de subida. Júlio
Oliveto destaca ainda um outro aspecto, a facilidade de transporte:
“Isso se tornou possível por se tratar de um dispositivo desmontável”,
explica.
No Brasil, onde Gamarra-Rosado observa um atraso do mercado nacional em
relação a novas tecnologias nesse setor, cadeiras de rodas motorizadas
importadas podem ser adquiridas por cerca de R$ 10 mil, enquanto o custo
do protótipo desenvolvido na Unesp custaria, aproximadamente, R$ 4 mil.
“Dados recentes, segundo o Banco Mundial e a Organização Mundial da
Saúde, indicam que um bilhão de pessoas no mundo têm algum tipo de
deficiência e, dessas, 80% vivem nos países em desenvolvimento, sendo
que 20% em localidades pobres e com extrema desigualdade social”, afirma
Gamarra-Rosado.
“Este invento tem como principal objetivo a inclusão
social, para proporcionar melhor qualidade de vida e mais uma opção de
motorização aos usuários de cadeira de rodas, com a obtenção de um
equipamento acessível a uma grande parcela da população”.
Segundo Júlio Oliveto, a aceitação do invento durante a Feira de
Reabilitação 2012 foi alta. “A ideia do protótipo vir a ser
comercializado agradou a cadeirantes e profissionais da área, como
fisioterapeutas e médicos, pela facilidade de manuseio e pela autonomia
proporcionada ao usuário”, afirma o pesquisador, que aposta: “Com isso,
haverá também uma melhoria da autoestima do cadeirante”.
Fonte: http://www.unesp.br
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