2 de abr. de 2013

Projeto acadêmico de tecnologia para surdos vira startup e já planeja faturar R$ 1 milhão

Avatar de um homem utilizado no dicionário ProDeaf
Humanizar a comunicação entre pessoas com deficiência auditiva por meio de uma plataforma inédita para tradução de conteúdo em português para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) - a segunda língua oficial do País e falada por mais de 5 milhões de brasileiros.

O ProDeaf é o projeto carro-chefe da empresa homônima, uma startup pernambucana de soluções em tecnologia para criar uma comunicação sem barreiras para pessoas com deficiência auditiva ou surdas. 

Com o objetivo de permitir a quebra das barreiras de comunicação entre surdos e ouvintes, o software apresenta soluções viáveis para o mercado corporativo e usuário final, realizando traduções de sites e vídeos para Libras e traduzindo, através de aplicativos gratuitos, o som falado para a língua de sinais em tempo real.

A ideia dos ex-estudantes de Ciência da Computação da Universidade Federal de Pernambuco criou forma e transformou um sonho em projeto quando conheceram um colega, surdo, que hoje é doutor. 

A história sensível do amigo, hoje consultor da ProDeaf, trouxe à tona um problema comum entre famílias que possuem pessoas com deficiência auditiva ou surdas em casa. 

“Ele teve uma educação regular de ouvintes usando leitura labial, sem contato com a comunidade surda. O que prejudicou sua educação e fez com que ele largasse a escola.

Depois, ele aprendeu Libras em uma escola especializada, terminou a educação básica, graduação e mestrado em computação e hoje cursa doutorado”, explica João Paulo Oliveira, CEO da ProDeaf.

Os resultados desse investimento, também encabeçados por Flávio Almeida, COO (operating officer) e Amirton Chagas, CTO (technology officer) foram rápidos: de 2010 até agora, a empresa já conseguiu o apoio do CNPQ e do Sebrae, foi premiado internacionalmente em 2011 na Imagine Cup e, já em 2013, a startup que surgiu dentro do núcleo de inovação da empresa ProAtiva, também de Pernambuco, planeja faturar R$ 1 milhão, com tão pouco tempo de mercado.

O trabalho com a Bradesco Seguros foi validado por um comitê de 40 surdos. Todas as melhorias e atualizações que conseguimos desenvolver na ferramenta são baseadas na orientação dessas pessoas, que são o nosso principal público. E eles são muito exigentes, reclamam mesmo”, conta o CEO da Prodeaf. “Fomos melhorando tanto em qualidade gráfica como em apresentação de acordo com o que eles nos contavam, sugeriam, pediam, quase que simultaneamente, até chegar no que eles queriam”, complementa.

Ao apontar os próximos passos do projeto em constante aprimoramento, João se mostra confiante. “Nossa plataforma será lançada para toda a população de surdos do país, incluindo apps para smartphones, além de um editor colaborativo, por onde qualquer usuário poderá contribuir para o aprimoramento da ferramenta”. 

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