28 de jul. de 2016

As Implicações e Limitações do Vestuário de Moda para Mulheres Cadeirantes



No ano de 2009 quando eu estava ainda escolhendo o tema do meu trabalho de conclusão de curso, certa vez eu estava na faculdade e vi um guri numa cadeira de rodas.


Comecei a pensar na questão do vestuário, como seria, se os cadeirantes tinham interesse no assunto, se a roupa é a mesma...enfim, fiquei cheia de dúvidas e ali eu já sabia qual seria o tema!


Comecei a pesquisar vários assuntos e entrei em contato com meu amigo Luiz Claudio Portinho que é paraplégico que me ajudou muito.


Ele me passou nome de lugares onde eu poderia encontrar mulheres com deficiência para realizar uma pesquisa sobre o meu trabalho.


O nome do meu TCC foi “As Implicações e Limitações do Vestuário de Moda para Mulheres Cadeirantes".


Fui atrás de várias mulheres para conversar sobre isso, visitei uma instituição em Canoas e tive a sorte de falar com atletas da Paralimpíada, pois as mesmas estavam participando de uns jogos, consegui falar com mulheres de várias regiões do país.


Bom, a conclusão que cheguei ao realizar este trabalho foi que todas as mulheres tinham interesse em moda, mas todas tinham dificuldades de encontrar um vestuário adequado.

 
Este trabalho foi apenas teórico, pois na ocasião só era permitido isso (ainda bem que mudou,né!), mas foi de extrema importância pra mim, pra "viver na pele" o que elas vivem, sentem, resolvem, enfim, descobri o quanto era importante existir este vestuário que é tão esquecido pelos estilistas e indústrias da moda no país.


Até já tinha alguns vestuários inclusivos na Europa e EUA, mas ainda assim era muito pouco.


Em 2010 pude colocar em prática minhas "descobertas", fui convidada para fazer um desfile no Donna Fashion Iguatemi e não tive dúvidas que ali seria a grande estreia.


De todas as mulheres que conversei, uma delas em especial virou uma grande amiga: A Juliana Carvalho, que é paraplégica. Ela aceitou na hora e fiz um look para ela com algumas adaptações.


O desfile inteiro era com saias, vestidos e uma bermuda, mas a Juliana me pediu para usar calça. Fiz uma calça estilo alfaiataria com elástico na cintura e uma abertura discreta para a sonda.


O tecido escolhido foi algodão com elastano. A camisa, também em algodão com elastano e preta, tinha fechamento em velcro e decote nos seios, onde aplicava-se uma espécie de colete com o trabalho em patchwork como apareceu em vários looks da coleção.


Fiz também uma clutch com elástico para segurar. Ficou lindo e foi uma experiência incrível.


Fonte: Diversidade na Rua


 

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