Um grupo de pessoas com deficiência reuniu-se, no começo da noite de ontem, em frente ao Centro de Eventos do Ceará (CEC), em Fortaleza (CE),
para denunciar a inexistência de rampas e passarela de acesso ao
recém-inaugurado prédio.
A falta desses equipamentos dificulta a entrada
de pessoas com deficiência visual, de cadeirantes e mobilidade reduzida
(idosos e gestantes).
O ato foi pensado após a não realização de uma visita técnica ao local que estava agendada para o dia 27 de agosto, e que iria tratar do assunto.
O ato foi pensado após a não realização de uma visita técnica ao local que estava agendada para o dia 27 de agosto, e que iria tratar do assunto.
Ela seria feita por representantes da Secretaria Estadual do Turismo (Setur), responsável pela construção do CEC; Ministério Público Estadual (MP/CE); Prefeitura de Fortaleza; Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência; e administração do Centro.
Os manifestantes querem a adequação do CEC para o trânsito das pessoas
com deficiência ser viabilizado. Da forma que está, uma simples
tentativa de subir a calçada torna-se desafio. “A III Conferência
Estadual de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e o próprio
Conselho emitiram nota de repúdio contra essa situação.
Ela foi enviada à
Setur e ao Ministério Público”, informou a titular da Coordenadoria das
Pessoas com Deficiência da Prefeitura, Nádja de Pinho Pessoa.
A passarela provisória montada pela Setur também não atende às
necessidades de quem necessita de apoios ou usa cadeiras de rodas.
“Estamos aqui para que a passarela definitiva tenha acessibilidade.
Porque gastou-se dinheiro público de forma inadequada e, agora, terão
que gastar mais”, pontuou a psicóloga Ana Beatriz Praxedes. Conforme O
POVO mostrou em 14 de agosto último, o Centro de Eventos custou R$
486,51 milhões, 33,7% a mais do que os R$ 363,8 milhões inicialmente
calculados.
Ana Beatriz foi uma das que não conseguiram subir a calçada do CEC
durante o protesto.
A cadeira de rodas motorizada era pesada demais para
ser içada manualmente. “Para nós, o acesso é impossível! Pergunto-me
como uma obra nova não se preocupa em cumprir a Lei da Acessibilidade”, lamentou.
O jornal O POVO tentou falar com o titular da Setur, Bismarck Maia, mas
ele não atendeu ao celular. A assessoria do secretário informou à
reportagem que os reclames são importantes para o Governo tomar
conhecimento do que precisa melhorar na estrutura do CEC. Disse ainda
que a Pasta receberá cada demanda do grupo e avaliará “o que for
pertinente”.
A assessoria admitiu que “faltam algumas coisas” no equipamento, mas
ponderou a existência de rampas e elevadores dentro do Centro. No
tocante à passarela, comunicou que o projeto arquitetônico deve ser
apresentado ainda este mês. Não há previsão, no entanto, sobre o início e
fim das obras.
Entenda a notícia
Governo diz que avaliará a possibilidade de implementar as mudanças
reivindicadas pelos manifestantes, caso elas sejam de fato pertinentes.
Está prevista para este mês a divulgação do projeto arquitetônico da
passarela definitiva, ainda sem previsão de construção.
Saiba mais
A polêmica da acessibilidade no Centro de Eventos do Ceará começou antes mesmo de o equipamento ser inaugurado em 15 de agosto.
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A polêmica da acessibilidade no Centro de Eventos do Ceará começou antes mesmo de o equipamento ser inaugurado em 15 de agosto.
Semanas antes, Bismarck Maia deu declarações de que passarelas não eram
necessárias ao equipamento porque o perfil de público para o qual ele
foi criado teria carro particular ou chegaria de táxi. Além disso, as
passarelas prejudicariam a estética da região, segundo ele. Com a
repercussão negativa da fala, o secretário retratou-se publicamente.
Durante o protesto, os cadeirantes admitiram que, dentro do Centro, as
dificuldades de acesso são menores. Mas que mudanças precisam, sim, ser
feitas.
Fonte: O Povo
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