Dar piruetas, tentar uma mágica e jogar malabares são
algumas das técnicas das artes circenses que começam a fazer parte da
vida de 15 alunos com deficiência, matriculados na oficina de circo do
programa “Além dos Olhos”, em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais
do Paraná.
As aulas começaram em novembro de 2014 e são
ministradas pelo professor Robert Salgueiro, conhecido como palhaço
Picolé, da quarta geração de uma família circense.
Os alunos têm os mais
variados tipos de deficiência: há cadeirantes, hiperativos, autistas e
portadores de síndrome de Down.
O curso é gratuito. Todas as quintas-feiras, o
professor chega à sala do programa, no Ginásio dos Deficientes Jamal
Farjallah Bazzi, com uma mala recheada de peruca, malabares, varinhas,
chapéus e adornos para o figurino.
A aluna Taís das Dores, 16 anos, portadora da
síndrome de Down, ensina em casa os truques de mágica que aprende com o
palhaço Picolé.
“Ela fica muito empolgada com as aulas, chega em casa e
conta tudo o que aprendeu”, conta a mãe de Taís, a dona de casa Irene de
Souza das Dores.
Conforme Salgueiro, a oficina é dividida por módulos.
Os alunos já aprenderam noções de malabarismo, equilibrismo e mágica.
Agora, eles têm aulas sobre palhaços, desde como fazer o figurino até
como evidenciar as expressões faciais.
Salgueiro lembra que, apesar de as deficiências serem diferentes, é
possível promover uma interação entre os alunos.
“No começo, eles eram
tímidos, mas agora se desenvolvem bem nas aulas”, completa.
O professor
lembra que em cada novo módulo, os participantes desenvolvem outras
aptidões. “O malabarismo melhora a coordenação motora e as aulas de
palhaço despertam as expressões corporais”, comenta.
A intenção, segundo
ele, é montar um espetáculo ao final do curso, no fim do ano.
Mães participam das aulas
Um diferencial, segundo o professor, é que as mães podem participar
das aulas. Para Irene, mãe de Taís, o encontro é válido para aproximá-la
da filha.
“A vida da gente é tão corrida, que ficar essas tardes com a
minha filha é muito bom”, afirma.
A dona de casa Solange Aparecida Vendramini diz que
participar das aulas de circo a faz perceber o desenvolvimento da filha
Mônica Alves, hiperativa, de 15 anos.
“Ela fica menos agitada depois das
aulas”, diz. Solange acredita que participar da oficina aumenta o
vínculo com Mônica. “A gente pode ficar um pouquinho mais de tempo
juntas”, aponta.
Embora as aulas já tenham iniciado, a oficina ainda
tem inscrições abertas.Ela é voltada para pessoas com deficiência
atendidas pelas entidades conveniadas à Secretaria Municipal de
Assistência Social, mas também é aberta a deficientes que não estão
vinculados a entidades.
Os interessados podem procurar o Ginásio dos Deficientes, na Rua Silva Jardim, 7, no Centro, e fazer a inscrição.
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