14 de abr. de 2015

Deficientes têm aulas de circo em projeto social de Ponta Grossa

 


Dar piruetas, tentar uma mágica e jogar malabares são algumas das técnicas das artes circenses que começam a fazer parte da vida de 15 alunos com deficiência, matriculados na oficina de circo do programa “Além dos Olhos”, em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná.


As aulas começaram em novembro de 2014 e são ministradas pelo professor Robert Salgueiro, conhecido como palhaço Picolé, da quarta geração de uma família circense. 


Os alunos têm os mais variados tipos de deficiência: há cadeirantes, hiperativos, autistas e portadores de síndrome de Down.


O curso é gratuito. Todas as quintas-feiras, o professor chega à sala do programa, no Ginásio dos Deficientes Jamal Farjallah Bazzi, com uma mala recheada de peruca, malabares, varinhas, chapéus e adornos para o figurino.


A aluna Taís das Dores, 16 anos, portadora da síndrome de Down, ensina em casa os truques de mágica que aprende com o palhaço Picolé. 


“Ela fica muito empolgada com as aulas, chega em casa e conta tudo o que aprendeu”, conta a mãe de Taís, a dona de casa Irene de Souza das Dores.


Conforme Salgueiro, a oficina é dividida por módulos. Os alunos já aprenderam noções de malabarismo, equilibrismo e mágica. Agora, eles têm aulas sobre palhaços, desde como fazer o figurino até como evidenciar as expressões faciais.
 

Salgueiro lembra que, apesar de as deficiências serem diferentes, é possível promover uma interação entre os alunos. 


“No começo, eles eram tímidos, mas agora se desenvolvem bem nas aulas”, completa. 


O professor lembra que em cada novo módulo, os participantes desenvolvem outras aptidões. “O malabarismo melhora a coordenação motora e as aulas de palhaço despertam as expressões corporais”, comenta. 


A intenção, segundo ele, é montar um espetáculo ao final do curso, no fim do ano.

 

Mães participam das aulas



Um diferencial, segundo o professor, é que as mães podem participar das aulas. Para Irene, mãe de Taís, o encontro é válido para aproximá-la da filha. 


“A vida da gente é tão corrida, que ficar essas tardes com a minha filha é muito bom”, afirma.


A dona de casa Solange Aparecida Vendramini diz que participar das aulas de circo a faz perceber o desenvolvimento da filha Mônica Alves, hiperativa, de 15 anos. 


“Ela fica menos agitada depois das aulas”, diz. Solange acredita que participar da oficina aumenta o vínculo com Mônica. “A gente pode ficar um pouquinho mais de tempo juntas”, aponta.


Embora as aulas já tenham iniciado, a oficina ainda tem inscrições abertas.Ela é voltada para pessoas com deficiência atendidas pelas entidades conveniadas à Secretaria Municipal de Assistência Social, mas também é aberta a deficientes que não estão vinculados a entidades.


Os interessados podem procurar o Ginásio dos Deficientes, na Rua Silva Jardim, 7, no Centro, e fazer a inscrição.


 Fontes:  G1  /   Rede Saci



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