Aulas de libras (linguagem de sinais),
audiodescrição, livro falado e outras técnicas de comunicação acessível
são o foco de um curso que está capacitando cerca de 60 jovens da Vila
Kennedy, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro, no Projeto Agentes de
Promoção da Acessibilidade da Escola de Gente, voltado para jovens de
comunidades de baixa renda em conteúdos de inclusão e acessibilidade.
Criado há 13 anos, na Vila Kennedy, o projeto tem
apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), que dá aulas sobre
direito trabalhista e meios de eliminar a discriminação no mercado de
trabalho. Ao todo, serão ofertadas oito turmas para cerca de 20 alunos
em diferentes comunidades da cidade.
O coordenador de Projetos Culturais do Escola de
Gente, Hércules Soares, explica que o curso dura cerca de dois meses e
meio e busca formar agentes de promoção de acessibilidade em suas
comunidades e no mercado de trabalho, de forma a fortalecer o diálogo
entre pessoas com e sem deficiência, fomentar a inclusão e erradicar o
preconceito.
“Esse jovens, interagindo com jovens com e sem deficiência
no espaço onde eles atuam e moram, podem defender o direito à
comunicação dessas pessoas com deficiência, que são muito excluídas da
sociedade.”
Além das técnicas de comunicação acessível, as seis
oficinas trabalham questões como diversidade, discriminação e inclusão.
“O curso ajuda também a que esses jovens tenham um currículo
diferenciado no mercado de trabalho. Empresas e organismos
governamentais cada vez buscam mais profissionais com essa expertise”,
informa Hércules.
Uma das alunas, Alessandra Gualberto, 30 anos, é
jornalista e não tem deficiência. Ela buscou o curso para ajudá-la na
produção da monografia sobre a inclusão do deficiente visual no
jornalismo.
“Temos visão de integração, mas não de inclusão, que é ter
uma sociedade preparada para todos, por isso me interessei”, afirma.
“Aprendi a me comunicar melhor com as pessoas sem ser de forma
discriminatória, passei a lidar com isso de uma maneira mais natural.”
A próxima turma começa no início de maio, na sede do
Centro de Promoção da Saúde. Para participar, é preciso ter entre 16 e
29 anos, com ou sem deficiência.
A audiodescrição é a técnica de descrever de forma
falada o ambiente visto, o que possibilita a inclusão de pessoas com
deficiência visual em cinema, teatro e programas de televisão.
O livro
falado é a gravação do conteúdo de um livro lido em voz alta, para
garantir acessibilidade a pessoas com deficiência visual.
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