24 de abr. de 2015

Leme abre inscrições para deficientes em programa de auxílio ao emprego





Um levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que apenas 89 deficientes de Leme (SP) trabalham com carteira assinada. 


Para resolver o problema, a Prefeitura abriu nesta quarta-feira (22) as inscrições para o Programa Atenção ao Deficiente, que vai dar orientações para entrevistas de emprego e cursos de qualificação para os moradores com algum tipo de deficiência. 


Os maiores de 16 anos interessados em se cadastrar no programa devem ir até a Rua Joaquim Mourão, 85, no Centro, portando documentos pessoais, comprovante de residência e um laudo médico sobre a deficiência.


Apesar de uma lei federal de 1991 ter tornado obrigatória a contratação de pessoas com deficiência, muitas empresas ainda não cumprem a determinação. 


Tendo em vista o baixo número de deficientes trabalhando com carteira assinada na cidade, a Secretaria de Emprego começou um programa para cadastrar trabalhadores que se encaixam nesse perfil. Além de criar um banco de dados das pessoas com deficiência, a ideia é capacitar esses profissionais.


Por lei, as empresas com até 100 empregados devem possuir 2% de trabalhadores deficientes. Para as empresas com até 200 empregados, a porcentagem é de 2% a 5%. 


Para 201 a 500 empregados, 3% devem possuir algum tipo de deficiência. As empresas com 501 a mil empregados devem possuir 4% de vagas para essas pessoas. No caso de companhias com mais de mil empregados, o número sobe para 5%.


“Temos um público de 5% a 10% da população com algum tipo de deficiência, então isso atingiria, pelo menos, cinco mil pessoas buscando essas vagas. Se forem cumprir as cotas no município, teríamos em aberto, no mínimo, 200 vagas para deficientes. Se for necessária uma qualificação, é uma obrigação do poder público auxiliar essas pessoas a entrarem no mercado de trabalho já qualificadas”, disse o secretário de Emprego e Relações do trabalho, Alcides da Roz Filho.

 



Trabalhadores



A diarista Sônia Aparecida da Silva encontra dificuldades em conseguir uma vaga no mercado de trabalho já que, além de ter mais de 40 anos, sofreu um acidente aos dois anos que a deixou sem alguns dedos da mão. 


Ela conta que precisa manter a família fazendo faxinas e afirma que sempre encontrou preconceito por causa da deficiência.


 “Perdi a mão na máquina de moer cana. É difícil porque as empresas mesmo não contratam as pessoas assim. Espero que olhem mais para nós, com carinho, e tenhamos oportunidade como as outras pessoas”, relatou.


Para muitos empresários, a ajuda da Secretaria do Emprego é bem vinda. O supermercado no qual Dirley Aparecido de Oliveira é gerente contratou 3 funcionários com deficiência há um mês, mas teve dificuldades. 


“As vagas estão abertas, mas não vêm pessoas entregar currículos. Aí entramos em contato com o pátio e algumas pessoas foram selecionadas”, falou.


Há nove meses Cristiane de Jesus Souza estava desempregada. Ela tem apenas 40% da audição, mas isso nunca foi obstáculo para que se capacitasse. Hoje ela trabalha como balconista no setor de frutas e verduras do supermercado.


“Fiz vários cursos e ainda pretendo fazer mais. Sempre aprimorando para crescer mais ainda. Tenho cursos em controle de qualidade, desenho técnico mecânico e auxiliar administrativo”, comentou.


O repositor Edson Leão trabalha no mesmo supermercado e também é deficiente. Ele possui déficit de atenção e estava em busca de uma vaga há um ano. 


“Mesmo com deficiência posso fazer a função normal. Agora com essa vaga estou me dedicando muito”, alegou.


 
Fontes: G1  /  Rede Saci
 
 
 

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