Um levantamento do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) apontam que apenas 89 deficientes de Leme (SP)
trabalham com carteira assinada.
Para resolver o problema, a Prefeitura
abriu nesta quarta-feira (22) as inscrições para o Programa Atenção ao
Deficiente, que vai dar orientações para entrevistas de emprego e cursos
de qualificação para os moradores com algum tipo de deficiência.
Os
maiores de 16 anos interessados em se cadastrar no programa devem ir até
a Rua Joaquim Mourão, 85, no Centro, portando documentos pessoais,
comprovante de residência e um laudo médico sobre a deficiência.
Apesar de uma lei federal de 1991 ter tornado
obrigatória a contratação de pessoas com deficiência, muitas empresas
ainda não cumprem a determinação.
Tendo em vista o baixo número de
deficientes trabalhando com carteira assinada na cidade, a Secretaria de
Emprego começou um programa para cadastrar trabalhadores que se
encaixam nesse perfil. Além de criar um banco de dados das pessoas com
deficiência, a ideia é capacitar esses profissionais.
Por lei, as empresas com até 100 empregados devem
possuir 2% de trabalhadores deficientes. Para as empresas com até 200
empregados, a porcentagem é de 2% a 5%.
Para 201 a 500 empregados, 3%
devem possuir algum tipo de deficiência. As empresas com 501 a mil
empregados devem possuir 4% de vagas para essas pessoas. No caso de
companhias com mais de mil empregados, o número sobe para 5%.
“Temos um público de 5% a 10% da população com algum
tipo de deficiência, então isso atingiria, pelo menos, cinco mil pessoas
buscando essas vagas. Se forem cumprir as cotas no município, teríamos
em aberto, no mínimo, 200 vagas para deficientes. Se for necessária uma
qualificação, é uma obrigação do poder público auxiliar essas pessoas a
entrarem no mercado de trabalho já qualificadas”, disse o secretário de
Emprego e Relações do trabalho, Alcides da Roz Filho.
Trabalhadores
A diarista Sônia Aparecida da Silva encontra dificuldades em
conseguir uma vaga no mercado de trabalho já que, além de ter mais de 40
anos, sofreu um acidente aos dois anos que a deixou sem alguns dedos da
mão.
Ela conta que precisa manter a família fazendo faxinas e afirma
que sempre encontrou preconceito por causa da deficiência.
“Perdi a mão
na máquina de moer cana. É difícil porque as empresas mesmo não
contratam as pessoas assim. Espero que olhem mais para nós, com carinho,
e tenhamos oportunidade como as outras pessoas”, relatou.
Para muitos empresários, a ajuda da Secretaria do
Emprego é bem vinda. O supermercado no qual Dirley Aparecido de Oliveira
é gerente contratou 3 funcionários com deficiência há um mês, mas teve
dificuldades.
“As vagas estão abertas, mas não vêm pessoas entregar
currículos. Aí entramos em contato com o pátio e algumas pessoas foram
selecionadas”, falou.
Há nove meses Cristiane de Jesus Souza estava
desempregada. Ela tem apenas 40% da audição, mas isso nunca foi
obstáculo para que se capacitasse. Hoje ela trabalha como balconista no
setor de frutas e verduras do supermercado.
“Fiz vários cursos e ainda
pretendo fazer mais. Sempre aprimorando para crescer mais ainda. Tenho
cursos em controle de qualidade, desenho técnico mecânico e auxiliar
administrativo”, comentou.
O repositor Edson Leão trabalha no mesmo supermercado
e também é deficiente. Ele possui déficit de atenção e estava em busca
de uma vaga há um ano.
“Mesmo com deficiência posso fazer a função
normal. Agora com essa vaga estou me dedicando muito”, alegou.
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