10 de abr. de 2015

Planetário de Ilha Solteira faz adaptações para deficientes visuais

 


O planetário de Ilha Solteira (SP) fez várias adaptações para que os deficientes visuais possam ter uma ideia do que são os planetas. 


A ideia é fazer com que todos possam frequentar o local. O projeto funciona assim: Os astros foram todos trabalhados em alto relevo e o nome das estrelas e galáxias foram escritos em braile.


Poder tocar em uma estrela para quem nunca pode vê-la é uma experiência muito engrandecedora. 


O advogado Thiago Menezes Ruiz ficou cego quando ainda era um bebê e, para ele, estar diante de constelações e estrelas sem precisar que alguém conte o que está vendo é mesmo fascinante.


"Eu nunca tinha visto isso em lugar nenhum nem na escola, eu me sentia perdido, na escola inclusive pessoas que enxergam já tentaram me descrever, mas nunca as descrições foram suficientes para que eu pudesse entender”, explica o Ruiz.


Este é um dos poucos planetários para deficientes visuais existentes no Brasil. Ele se localiza na Unesp de Ilha Solteira, no interior de São Paulo, e levou dois anos e cinco meses para ficar pronto. 


O coordenador do projeto, Cláudio Luiz Carvalho, pensou na possibilidade de os deficientes visuais terem a mesma sensação que pessoas que não possuem a deficiência. “É fácil você chegar e falar para pessoa olha aqui, olha ali, nós temos um observatório, ela vai olhar pelo telescópio alguns astros, então fica fácil. 


Aí eu comecei a pensar o que acontece se a pessoa não tem essa possiblidade, se ela é um deficiente visual, como eu poderia passar essa informação para ela ou ensinar”, explica o coordenador do projeto.


O céu tem linhas em alto relevo, assim o visitante pode passear por 250 estrelas e 35 constelações e o nome de cada componente está em braile. 


A ideia é fazer com que os deficientes visuais sintam aquilo que eles não conseguem enxergar, mas diante de um universo tão complexo, não é tão simples assim, como por exemplo, mostrar o brilho das estrelas.


Para substituir este fator, eles fabricaram esferas de tamanhos diferentes. Bolinhas maiores para estrelas que brilham mais e menores para aquelas que brilham menos. 


“Quando a gente olha para o céu, vemos estrelas bem brilhantes, outras mais fraquinhas, então vamos mudar o tamanho para que os deficientes visuais consigam identificar a diferença”, explica Carvalho.
 

Neste planetário diferente, o auxiliar geral José Carlos da Silva Santos, que é cego, conseguiu sentir que faz parte do universo. 


"Eu acho fantástico você poder conhecer o planeta através das mãos, através do tato, tudo facilita. É uma experiência inovadora, porque nem na escola e olha que eu estudei em uma bem acessível, voltada mesmo para pessoa com deficiência, não tinha muito disso”, afirma o auxiliar.


O planetário de Ilha Solteira funciona de segunda a sexta-feira, das 8h as 12h e reabre às 14h e fica aberto até às 18h. A entrada é gratuita.
 

 Fontes: G1  /   Rede Saci


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