Pessoas com deficiência física que moram no interior de Goiás reclamam das dificuldades em tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
O serviço é oferecido apenas em Goiânia e, com isso, as despesas com viagem e hospedagem deixam o processo muito mais caro.
Dados da Associação dos Deficientes Físicos de Rio Verde (Adefirv),
no sudoeste de Goiás, apontam que na cidade há cerca de 3 mil
deficientes necessitam a CNH, mas não têm condições de ir até Goiânia
para passar pelos testes.
“A pessoa leva em torno de 20 dias para
conseguir essa carteira em Goiânia e ela fica muito cara, um preço
exorbitante para a pessoa com deficiência”, afirma o presidente da
associação, José Carlos Queiroz.
O aposentado Silvio Gomes da Silva é morador de Rio Verde
e uma das pessoas que enfrentam o problema. Em 2008, ele perdeu os
movimentos do lado esquerdo do corpo após ser baleado. Silvio foi
caminhoneiro por cerca de 20 anos e hoje não pode dirigir porque não tem
a CNH especial.
Ele chegou a viajar 230 quilômetros e passou três dias na capital para
fazer as provas. Os gastos com alimentação, hospedagem e transporte
chegaram a R$ 800. Como ele foi reprovado nos testes, terá que repetir
todo o processo.
“O Detran de Rio Verde tem capacidade. Agora, eu não
posso pagar pela deficiência do Detran que não tem uma junta em Rio
Verde”, afirma.
Para a secretária Silmara Batista Rodrigues, os transtornos poderiam
ser reduzidos se as autoescolas do município tivesse carros adaptados e
os funcionários do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás
(Detran-GO) na cidade também fossem aptos a realizar os testes.
“Fica
muito difícil porque fica muito caro. Se tivesse jeito de ter um carro,
uma junta médica, uma moto adaptada, a gente também poderia se virar
sozinho, sem precisar ser tão dependente de outra pessoa”, afirma.
O presidente da Adefirv afirma que realizou uma reunião com as
autoescolas para tentar resolver o problema, mas não houve uma
solução.
“Foi sugerido até que eles fizessem uma vaquinha e comprassem um
carro adaptado. Barrou numa burocracia do Detran que disse que não
tinha como mandar uma junta médica para cá”, diz.
O Detran afirma que só na sede do órgão há uma equipe especializada e
carro adaptado para atender os usuários com deficiências e argumenta que
não consegue atender a todos os municípios do estado com uma junta
técnica para tirar a CNH especial.
Fonte: G1 / Vida Mais Livre
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