28 de abr. de 2015

Em Dourados criança com deficiência encontra apoio na Educação pública





“Tenho orgulho da minha filha, ela é esperta, inteligente eestou impressionada com o quanto desenvolveu depois que foi para a escola; ela está aprendendo muita coisa”. 


O relato é da profissional autônoma Maria Elisena Oliveira Guima, de 49 anos, mãe da sorridente Evellin Yumi Oliveira Guima, de 5, portadora da Síndrome de Down, e um exemplo do quanto a qualidade do ensino oferecido pela Rede Municipal, através da Educação Especial, faz a diferença na vida das pessoas com deficiência.


Evellin está na pré-escola. Desde muito pequena a mãe a leva na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) onde ela continua frequentando meio período, faz acompanhamento multifuncional toda semana e desde o ano passado é aluna da Escola Municipal Aurora Pedroso de Camargo, na região do Parque Alvorada.


“Acho que foi uma junção de tudo porque já chegou com uma base. Mas, depois que foi para a escola, parece que ela desenvolveu 100%. Aprendeu a contar, a ler as vogais, pintar, trabalhou coordenação motora, desenvolveu 80% da fala e está interagindo melhor”, festeja a mãe.


Maria Elisena ainda conta que em casa incentiva a filha a se dedicar aos estudos desde pequena. 


“Ela é uma criança normal, não tem porque não falar, não escrever e tudo mais. Tenho orgulho dela e o sonho de que faça uma faculdade e, se Deus quiser, ela vai conseguir”, acredita a mãe.

 

Sonho Possível



O sonho da mãe de Evellin pode se tornar realidade possível, se depender dos esforços e da ação do Município nesse sentido. 


Com estrutura pedagógica, profissionais qualificados e adequação gradativa dos prédios para atender a todos os que procuram, a Prefeitura tem conseguido que a cada ano mais pessoas com deficiência ingressem no ensino regular tornando a inclusão social uma realidade nesta área.


Para se ter uma ideia deste avanço, em 2010, o público alvo da Educação Especial identificado pelo Censo Escolar era de 254 pessoas. O aumento foi gradativo a cada ano e esse quantitativo saltou para 561 em 2014, segundo o levantamento.


Embora a maioria dos estudantes esteja nos anos iniciais do Ensino Fundamental, há alunos matriculados desde a Educação Infantil até os anos finais. Também há estudantes com deficiência na EJA (Educação de Jovens e Adultos).


O programa atende casos de pessoas que possuem deficiência auditiva, surdez, surdocegueira, deficiência visual (cego e baixa visão), autismo, deficiência física, distrofia muscular degenerativa progressiva, paralisia cerebral, deficiência múltipla, deficiência Intelectual (leve, moderada, grave), Síndromes de West, Angelmanm, Seckel, Down e Aspenger.


O planejamento, o conteúdo e o material didático oferecido aos alunos da Educação Especial são os mesmos dos demais colegas que estão em sala de aula. A diferença está apenas nas adaptações curriculares, respeitando as especificidades e necessidades de cada aluno.

 

Profissionais qualificados



Os profissionais em sala de aula ainda são devidamente qualificados para as funções. Para o atendimento da Educação Infantil ou anos iniciais do Ensino Fundamental, os professores são graduados em Pedagogia e possuem especialização em Educação Especial. 


Já para o atendimento dos anos finais, exige-se graduação em cursos de licenciatura da área de exatas e humanas, e especialização em Educação Especial.


“Quanto a questões das formações a estes profissionais, o Município tem feito esforços consideráveis e significativos para tal. Há de se considerar também que, os profissionais têm buscado capacitações até mesmo antes de ingressarem para a Educação Especial”, relata a secretária de Educação, Marinisa Mizoguchi.


Ainda de acordo com ela, o profissional é orientado a atender os alunos respeitando e reconhecendo suas limitações, bem como habilidades e potencialidades, buscando e adotando novas práticas pedagógicas, adaptando sempre que necessário os materiais pedagógicos. “Não é fácil e imediata a adoção dessas novas práticas, pois ela depende de mudanças que vão além da escola e da sala de aula, tais como o envolvimento da família e comunidade”, complementa Marinisa.

 

Apoio Educacional



Em alguns casos, os alunos ainda são acompanhados por profissionais específicos. A destinação destes é definida a partir da resolução da Semed (Secretaria Municipal de Educação) 056 que regulamenta o serviço de Apoio Educacional.


Para os autistas em fase de alfabetização é disponibilizado um professor para ser o mediador nas atividades escolares do professor regente. 


Para as demais deficiências, diagnosticadas e observados pela equipe técnica da Educação Especial, é definido um apoio de acordo com as necessidades específicas do aluno. 


Em alguns casos, são designados estagiários, preferencialmente, do curso de pedagogia. Para o aluno surdo é disponibilizado um intérprete de Libras (a Língua Brasileira de Sinais).
 

O aluno que está impossibilitado de frequentar o espaço escolar, mediante laudo médico prévio, conta com professor itinerante para fazer o atendimento domiciliar ou hospitalar, devido à mobilidade reduzida, temporária ou permanente.


O município ainda disponibiliza o AEE (Atendimento Educacional Especializado) oferecido nas SRMs (Salas de Recursos Multifuncionais), em escolas e Ceims (Centros de Educação Infantil Municipal). São ao todo, 40 salas implantadas.


Além do apoio educacional com mediador para a sala de aula comum e as SRMs, também é ofertada a avaliação psicopedagógica, parceria com a Secretaria de Saúde para atendimentos clínicos, formação continuada para aos apoios educacionais e nas escolas. Também é realizada de forma gradativa a adequação arquitetônica nas instituições.


“Dentro do que é possível, as escolas possuem adaptações necessárias aos que precisam de acessibilidade, como rampas para cadeirantes, por exemplo. Nem todas estão adaptadas arquitetonicamente, pois dependem em grande medida de recursos federais para isso. No entanto, a maioria possui adaptações e outras estão em processo”, afirma a secretária de Educação.


A oferta do apoio educacional em sala comum (professores, intérpretes, itinerantes e estagiários), a implantação das SRMs e a formação continuada para professores destas Salas, são alguns dos avanços contabilizados nos últimos anos. 


“Dourados é hoje referência nessa área, inclusive como pólo do programa Educação Inclusiva Direito à Diversidade, atendendo a 20 municípios de abrangência com formações específicas”, observa o prefeito Murilo Zauith.



Fontes: Rede Saci / Agora MS



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