“Tenho orgulho da minha filha, ela é esperta,
inteligente eestou impressionada com o quanto desenvolveu depois que foi
para a escola; ela está aprendendo muita coisa”.
O relato é da
profissional autônoma Maria Elisena Oliveira Guima, de 49 anos, mãe da
sorridente Evellin Yumi Oliveira Guima, de 5, portadora da Síndrome de
Down, e um exemplo do quanto a qualidade do ensino oferecido pela Rede
Municipal, através da Educação Especial, faz a diferença na vida das
pessoas com deficiência.
Evellin está na pré-escola. Desde muito pequena a mãe
a leva na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) onde ela
continua frequentando meio período, faz acompanhamento multifuncional
toda semana e desde o ano passado é aluna da Escola Municipal Aurora
Pedroso de Camargo, na região do Parque Alvorada.
“Acho que foi uma junção de tudo porque já chegou com
uma base. Mas, depois que foi para a escola, parece que ela desenvolveu
100%. Aprendeu a contar, a ler as vogais, pintar, trabalhou coordenação
motora, desenvolveu 80% da fala e está interagindo melhor”, festeja a
mãe.
Maria Elisena ainda conta que em casa incentiva a
filha a se dedicar aos estudos desde pequena.
“Ela é uma criança normal,
não tem porque não falar, não escrever e tudo mais. Tenho orgulho dela e
o sonho de que faça uma faculdade e, se Deus quiser, ela vai
conseguir”, acredita a mãe.
Sonho Possível
O sonho da mãe de Evellin pode se tornar realidade possível, se
depender dos esforços e da ação do Município nesse sentido.
Com
estrutura pedagógica, profissionais qualificados e adequação gradativa
dos prédios para atender a todos os que procuram, a Prefeitura tem conseguido que a cada ano mais pessoas com deficiência ingressem no
ensino regular tornando a inclusão social uma realidade nesta área.
Para se ter uma ideia deste avanço, em 2010, o
público alvo da Educação Especial identificado pelo Censo Escolar era de
254 pessoas. O aumento foi gradativo a cada ano e esse quantitativo
saltou para 561 em 2014, segundo o levantamento.
Embora a maioria dos estudantes esteja nos anos
iniciais do Ensino Fundamental, há alunos matriculados desde a Educação
Infantil até os anos finais. Também há estudantes com deficiência na EJA
(Educação de Jovens e Adultos).
O programa atende casos de pessoas que possuem
deficiência auditiva, surdez, surdocegueira, deficiência visual (cego e
baixa visão), autismo, deficiência física, distrofia muscular
degenerativa progressiva, paralisia cerebral, deficiência múltipla,
deficiência Intelectual (leve, moderada, grave), Síndromes de West,
Angelmanm, Seckel, Down e Aspenger.
O planejamento, o conteúdo e o material didático
oferecido aos alunos da Educação Especial são os mesmos dos demais
colegas que estão em sala de aula. A diferença está apenas nas
adaptações curriculares, respeitando as especificidades e necessidades
de cada aluno.
Profissionais qualificados
Os profissionais em sala de aula ainda são devidamente qualificados
para as funções. Para o atendimento da Educação Infantil ou anos
iniciais do Ensino Fundamental, os professores são graduados em
Pedagogia e possuem especialização em Educação Especial.
Já para o
atendimento dos anos finais, exige-se graduação em cursos de
licenciatura da área de exatas e humanas, e especialização em Educação
Especial.
“Quanto a questões das formações a estes
profissionais, o Município tem feito esforços consideráveis e
significativos para tal. Há de se considerar também que, os
profissionais têm buscado capacitações até mesmo antes de ingressarem
para a Educação Especial”, relata a secretária de Educação, Marinisa
Mizoguchi.
Ainda de acordo com ela, o profissional é orientado a
atender os alunos respeitando e reconhecendo suas limitações, bem como
habilidades e potencialidades, buscando e adotando novas práticas
pedagógicas, adaptando sempre que necessário os materiais pedagógicos.
“Não é fácil e imediata a adoção dessas novas práticas, pois ela depende
de mudanças que vão além da escola e da sala de aula, tais como o
envolvimento da família e comunidade”, complementa Marinisa.
Apoio Educacional
Em alguns casos, os alunos ainda são acompanhados por profissionais
específicos. A destinação destes é definida a partir da resolução da
Semed (Secretaria Municipal de Educação) 056 que regulamenta o serviço
de Apoio Educacional.
Para os autistas em fase de alfabetização é
disponibilizado um professor para ser o mediador nas atividades
escolares do professor regente.
Para as demais deficiências,
diagnosticadas e observados pela equipe técnica da Educação Especial, é
definido um apoio de acordo com as necessidades específicas do aluno.
Em
alguns casos, são designados estagiários, preferencialmente, do curso
de pedagogia. Para o aluno surdo é disponibilizado um intérprete de
Libras (a Língua Brasileira de Sinais).
O aluno que está impossibilitado de frequentar o espaço escolar,
mediante laudo médico prévio, conta com professor itinerante para fazer o
atendimento domiciliar ou hospitalar, devido à mobilidade reduzida,
temporária ou permanente.
O município ainda disponibiliza o AEE (Atendimento
Educacional Especializado) oferecido nas SRMs (Salas de Recursos
Multifuncionais), em escolas e Ceims (Centros de Educação Infantil
Municipal). São ao todo, 40 salas implantadas.
Além do apoio educacional com mediador para a sala de
aula comum e as SRMs, também é ofertada a avaliação psicopedagógica,
parceria com a Secretaria de Saúde para atendimentos clínicos, formação
continuada para aos apoios educacionais e nas escolas. Também é
realizada de forma gradativa a adequação arquitetônica nas instituições.
“Dentro do que é possível, as escolas possuem
adaptações necessárias aos que precisam de acessibilidade, como rampas
para cadeirantes, por exemplo. Nem todas estão adaptadas
arquitetonicamente, pois dependem em grande medida de recursos federais
para isso. No entanto, a maioria possui adaptações e outras estão em
processo”, afirma a secretária de Educação.
A oferta do apoio educacional em sala comum
(professores, intérpretes, itinerantes e estagiários), a implantação das
SRMs e a formação continuada para professores destas Salas, são alguns
dos avanços contabilizados nos últimos anos.
“Dourados é hoje referência
nessa área, inclusive como pólo do programa Educação Inclusiva Direito à
Diversidade, atendendo a 20 municípios de abrangência com formações
específicas”, observa o prefeito Murilo Zauith.
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