Crianças que não respondem pelo nome, não olham as pessoas nos olhos e não sorriem podem ter transtornos dentro do espectro do autismo.
Segundo a pediatra Amira Figueiras, os sinais precoces podem ser
detectados desde os primeiros meses do bebê, mas se intensificam com a
idade.
Gostar de brincar sozinho, manipular brinquedos inadequadamente,
sem fantasias, não usar brinquedos funcionalmente, não interagir com
outras crianças e ter transtornos de sensibilidade com barulho, por
exemplo, podem indicar que a criança é autista.
Segundo a pediatra, o diagnóstico sempre deve ser fechado por um
médico, que irá indicar os tratamentos adequados.
De acordo com a
médica, a maior parte dos autistas é do sexo masculino: "De cada quatro
pessoas com autismo, três são meninos".
Famílias que têm um filho
autista também precisam observar os sintomas nos demais filhos, já que a
probabilidade de uma família com filhos autistas ter outras crianças
com o mesmo transtorno é maior.
Felizmente, existe tratamento para autismo na rede pública. Para tirar
dúvidas sobre o autismo, a especialista participou do quadro "Fala
Saúde" do Jornal Liberal 1ª Edição.
Acompanhe a entrevista e tire suas dúvidas:
P - Tenho um neto autista de oito anos e queria saber: como ocorre o
desenvolvimento afeitvo dele em relação a abraços e beijos? (Graça, de
Mosqueiro)
R - Normalmente estas crianças interagem um pouco mais com pessoas da casa.
Com estranhos há dificuldade, especialmente com crianças da sua idade.
Elas não gostam de beijo, de serem abraçadas, mas correm para o colo do
pai ou da mãe quando querem abraços. De um modo geral, essas crianças
não têm a empatia pelas outras pessoas - elas não se preocupam em
agradar, mas isso não quer dizer que a criança não goste do pai ou da
mãe, que não tenha sentimento pelas pessoas da família. Ela só não sabe
expressar este sentimento.
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P- Meu filho de 11 anos tem autismo. Também tenho uma filha de 5 anos.
Ela pode ser autista também? Preciso levá-la ao médico para fazer
exames? (Márcia Quirino, Cidade Nova)
R- Só se ela apresentar sintomas suspeitos. Se ela tem cinco anos,
conversa, fala, conta histórias, tem amiguinhos, não precisa. Mas se ela
tiver algum comportamento diferente, é bom levar em um médico. A
probabilidade em famílias que têm filhos autistas de terem outro filho
autista é maior.
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P - Tenho uma filha de 13 anos que é autista. Ela falava até os três
anos, mas parou com o tempo. Ela pode voltar a falar? (Jorge, do
Atalaia)
R -Existem algumas crianças que falavam, que os pais relatam interação,
mas que param e regridem. Se ela ficou sem falar nada até os 13 anos é
pouco provável que volte a falar, mas depende muito do tipo de autismo
dela e do trabalho feito com a jovem.
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P- Eu tenho um filho autista e ele brinca muito com as mãos. Posso
identificar, a partir disto, o grau de autismo que ele tem? (Juliane
Rodrigues, Parque Verde)
R - Brincar com as mãos é estereotipia. Pode ser balançar as mãos, o
corpo, mas isto não identifica o grau de autismo. O que identifica o
grau de autismo é o conjunto de sintomas.
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P - Tenho um filho autista e epilético. Isto é normal ou é um caso isolado? (Regina Lucia, do Tapanã)
R - 30% dos autistas apresentam síndrome epilética, por isso, é preciso
fazer a avaliação neurológica das crianças, para que elas façam
medicação para o comportamento e para a epilepsia.
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P - Belém tem algum serviço público para atender crianças com autismo? (Vanessa Silva, São Brás)
R - Tem o ambulatório de autismo no CASMUC/ UFPA, que é o Centro de Atenção
Integrada à Saúde da Mulher e da Criança, que funciona ao lado do
hospital Bettina Ferro, na UFPA, e funciona em parceria com o hospital.
Lá atendemos, só é preciso agendar.
Os municípios têm o CAPSIS. As
pessoas precisam procurar serviços que possuam médicos, que fazem os
diagnósticos e indicam terapias. Não temos o suficiente para todas as
crianças, mas é possível agendar.
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Fontes: G1 / Vida Mais Livre
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