O universo dos gestos usados por quem tem surdez e vive
no Espírito Santo ganhou um registro importante.
O livro "Libras e o
sabor dos sinais capixabas" traz à comunidade surda, aos profissionais
que atuam com a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a quem mais se
interessar sinais que são apenas capixabas.
As professoras bilíngues Rosalba Dias Lemos, Nilzea
de Faria e Liliane Ramos, que idealizaram e produziram o livro, contam
que, antes do lançamento, as referências para os sinais vinham de outros
estados, como o Rio de Janeiro e São Paulo.
"Esse é o primeiro livro
ilustrado de Língua de Sinais do Espírito Santo. É um registro oficial
que nasceu da nossa dificuldade como professora de mostrar aos alunos
sinais que são locais", fala Nilzea.
Rosalba explica que a obra não se trata de um
dicionário de palavras gerais e comenta sobre o foco da ação.
"O nosso
livro é como se fosse um dicionário do Estado, com os nomes das cidades,
das praias, dos pontos como o da Pedra da Cebola. Além disso tem também
o congo em libras, a moqueca capixaba em libras, nome dos nossos
bairros e das nossas cidades. É um presente para o Espírito Santo em
libras", fala a professora.
O livro conta com mais de 300 sinais que são
ensinados por meio de fotos de alunos das professoras. Foram dois anos e
cinco meses de pesquisa para conseguir esse resultado.
Um trabalho que
só traz orgulho a todas elas. "Valeu muito a pena todo o esforço, a
gente lembra das dificuldades e tudo. Mas vale a penas, é uma sensação
de dever cumprido", conta Rosalba.
Para Nilzea o orgulho é ainda maior, e ela explica o
por quê. "O esforço é compensado, e alegria de contribuir com quem quer
aprender é muito grande. Eu estou muito orgulhosa particularmente,
porque a minha filha aparece no livro.
Ela é estudante, de 16 anos, e
ilustra vários locais turísticos, porque a imagem para o surdo é muita
importante para ela", conta feliz a mãe da menina.
Pesquisa
O livro contou com uma fonte de informações especial dizem as
professoras. Antônio Aniceto Simões, um senhor 60 anos, contribuiu
ensinando não só os sinais em libras desconhecidos por muitos, como
também a história de alguns deles.
"Ele viajava o Estado todo, passou
34 anos vendendo aqueles folhetos que ensinam o alfabeto manual em
Libras e divulgando também a língua de sinais. O Antônio foi muito
importante, ele pode contribuir revelando a origem de alguns sinais que
ninguém sabia", conta Rosalba.
Uma das professoras que conversou com Antônio,
perguntou como ele se sentia em relação à obra que foi feita com a ajuda
dele. "Estou muito feliz porque vi que o livro foi bem aceito, e que as
pessoas gostaram. Por isso me sinto muito satisfeito", respondeu
Antônio através dos gestos.
Além dele, as professoras contaram com a ajuda de uma
professora de libras surda, muitos ouvintes, e também de grupos de
surdos de determinadas regiões que confirmavam os sinais.
O livro contou com uma fonte de informações especial dizem as
professoras. Antônio Aniceto Simões, um senhor 60 anos, contribuiu
ensinando não só os sinais em libras desconhecidos por muitos, como
também a história de alguns deles.
"Ele viajava o Estado todo, passou
34 anos vendendo aqueles folhetos que ensinam o alfabeto manual em
Libras e divulgando também a língua de sinais. O Antônio foi muito
importante, ele pode contribuir revelando a origem de alguns sinais que
ninguém sabia", conta Rosalba.
Uma das professoras que conversou com Antônio,
perguntou como ele se sentia em relação à obra que foi feita com a ajuda
dele. "Estou muito feliz porque vi que o livro foi bem aceito, e que as
pessoas gostaram. Por isso me sinto muito satisfeito", respondeu
Antônio através dos gestos.
Além dele, as professoras contaram com a ajuda de uma
professora de libras surda, muitos ouvintes, e também de grupos de
surdos de determinadas regiões que confirmavam os sinais.
Curso
A Secretaria de Estado da Educação (Sedu), abre nesta segunda-feira
(30) pré-inscrições para Curso de Língua Brasileira de Sinais (Libras),
nos níveis Básico e Intermediário.
Serão ofertadas 870 vagas para
professores das redes pública e municipal, servidores de órgãos públicos
em geral e membros da comunidade local.
As inscrições podem ser feitas nas sedes dos Centros
de Formação de Profissionais de Educação e Atendimento às Pessoas com
Surdez CAS/EOA (Escola Oral e Auditiva) localizados em Vitória, Vila
Velha e Cachoeiro de Itapemirim, entre das 9 às 17 horas, até a próxima
quarta-feira (01).
Mais informações podem ser conseguidas através do
número 3636-7862.
Libras
A Língua Brasileira de Sinais foi instituída como segundo idioma oficial do Brasil em 2002.
Ela garante que instituições públicas e
empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde
atendam e tratem pessoas com surdez.
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