Estima-se que pelo menos dois milhões de pessoas
tenham o transtorno do espectro do autismo apenas no Brasil. No mundo,
são mais de 70 milhões. Na Bahia, não há dados sobre o número de
pessoas com o distúrbio.
Em crianças, é mais comum que a Aids, o câncer e o
diabetes. Não é tão conhecida nem mata como as doenças citadas, mas
compromete a comunicação, a socialização e o comportamento do indivíduo.
O que significa que não é nada fácil sobreviver ao transtorno.
Não à toa, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
estabeleceu 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.
Em Salvador, algumas ações educativas serão realizadas em alusão ao
movimento mundial associado à data.
Fatores
O autismo normalmente se desenvolve a partir dos 3 anos de idade e
pode interferir negativamente em diversas áreas. Entretanto, a situação
pode ser agravada diante de três fatores: falta de informação,
incompreensão e preconceito.
"O autismo é um transtorno neurológico que dificulta
as relações sociais e interfere no comportamento. Esse indivíduo precisa
muito de ajuda para se desenvolver e superar suas limitações", explica
Rogério Silveira, coordenador do Centro Pestalozzi de Reabilitação. O
centro abriga a Clínica de Estudo e Tratamento do Autismo, vinculado à
Fundação José Silveira.
Para ajudar uma pessoa com o distúrbio, é preciso entender algo
muito simples: o autista não deve ser tratado como um doente mental.
Basta compreender suas dificuldades, como a
inabilidade para interagir socialmente, problemas para se comunicar e,
também, o padrão de comportamento repetitivo - o que, além de
compreensão, ainda exige paciência, principalmente nos casos mais
severos.
"A maneira como essas características interferem na
vida da pessoa, em que grau e associado a quais atitudes é algo que
varia muito. A única coisa certa é que compreensão, paciência e amor são
fundamentais", diz a coordenadora da Associação de Amigos do Autista da
Bahia (AMA-BA), Rita Valéria Brasil, com o conhecimento que lhe cabe
como mãe de um jovem autista de 22 anos.
A verdade é que o quadro do distúrbio pode ser mais
leve, quando a fala e a inteligência se desenvolvem sem perdas
significativas, até apresentar níveis mais graves em que a criança fica
incapaz de estabelecer qualquer contato interpessoal.
Independentemente da situação, os especialistas na
área reforçam que o autista precisa ser respeitado, incluído no meio
social e estimulado a acreditar no próprio potencial.
Quando isso ocorre, sonhar com formação
profissional, casamento, filhos, ou ser alguém independente e livre de
rótulos, torna-se mais fácil. Melhor, torna-se possível, mesmo diante
das limitações.
"Não podemos dizer que temos inúmeros exemplos de
pessoas que levam uma vida completamente normal. Esses exemplos são
mais raros, mas é possível, principalmente quando o diagnóstico é
realizado precocemente", diz Rogério Gomes, do Centro Pestalozzi.
Os poucos exemplos existentes, no entanto, são bem
animadores. Os físicos Isaac Newton e Albert Einstein, o pintor italiano
Michelangelo e o craque do futebol Lionel Messi foram algumas das
personalidades diagnosticados como portadores da chamada síndrome de
Asperger, um transtorno que pertence ao espectro do autismo.
Embora muitos não saibam, os autistas podem
apresentar excelente desempenho em determinadas áreas do conhecimento e
acabam tornando-se gênios naquilo que se propõem a realizar.
Diagnóstico
Identificar o distúrbio não é fácil. Sabe-se muito pouco sobre a
sua origem. Especula-se que possam existir múltiplas causas. Entre elas,
fatores genéticos e biológicos, mas nada comprovado cientificamente
ainda.
Talvez venha daí a dificuldade de encontrar a cura para a síndrome. Também não existem exames que possam detectar a condição.
"O diagnóstico é essencialmente clínico", diz Rita Valéria Brasil,
da AMA, acrescentando que o acompanhamento com equipe multidisciplinar é
fundamental para o desenvolvimento.
***
Atendimento em Salvador
Centro Pestalozzi de Reabilitação
Local: Rua Porto dos Tainheiros, 74, Ribeira.
Telefone: 71 3310-5300
***
Associação de Amigos do Autista da Bahia (AMA-Bahia)
Local:Rua Macedo de Aguiar, 98, Pituaçu.
Telefone: 71 3363-4463
***
Centros de Atendimento Psicossocial (Caps)
local: Liberdade e Rio Vermelho
***
Fontes: Rede Saci / A Tarde
Nenhum comentário:
Postar um comentário