11 de set. de 2013

Cadeirantes enfrentam dificuldades com falta de acessibilidade

Roda de uma cadeira de rodas
Cadeirantes do Alto Tietê reclamam das dificuldades enfrentadas por eles no dia a dia com a falta de acessibilidade em algumas cidades. 


Em Mogi das Cruzes (SP), boa parte das pessoas que utiliza cadeira de rodas reclama das calçadas irregulares da cidade. 


Por causa disso, tem cadeirante que prefere andar na rua, disputando espaço com os carros.


É o caso do jovem Ruan Deivis Martins. Ele tem 20 anos e há de anos usa cadeira de rodas, por causa de uma distrofia. Ele, que vive em Mogi das Cruzes, diz que as calçadas da cidade são irregulares.


"Ainda é melhor andar pela rua mesmo com o risco de ser atropelado. Na calçada temos que ficar tentando descobrir se do outro lado terá acessibilidade", explica o cadeirante.


Este mesmo drama é vivido pelo cadeirante Jackson Baptista. Ele diz que sente dificuldades em Mogi das Cruzes, principalmente quando precisar atravessar uma rua. 


"Saio de uma calçada com uma rampa e quando chego do outro lado dou de cara com a guia. Eu fico até com medo quando alguém vem me ajudar porque já houve casos de eu cair na hora de empinar a cadeira", detalha.


Baptista, que é jogador da equipe paraolímpica de basquete da cidade, diz que Mogi das Cruzes, mesmo em expansão, ainda caminha em passos lentos quando o assunto é acessibilidade. 


"É uma cidade com duas universidades, um shopping e com várias indústrias, mas mesmo assim, ainda tem muita falta de acessibilidade. As melhorias até podem estar acontecendo, mas caminham em passos lentos", diz.

Prefeitura de Mogi


Em nota, a Prefeitura de Mogi das Cruzes afirmou que tem estudos para ampliar a acessibilidade em calçadas no município e que todas as novas avenidas, que estão sendo construídas, já contam com acessibilidade. Garantiu, também, que vai estudar o caso específico citado na matéria

Ação judicial


Em Ferraz de Vasconcelos, o cadeirante Tadeu Guerra teve de entrar na Justiça para tentar um conseguir transporte para fazer um tratamento de saúde em São Paulo. Ele sofreu uma trombose e teve de amputar as pernas e as mãos. 


Em 2012, ele, que usa cadeira de rodas há dez anos, conseguiu um tratamento na capital para colocar uma prótese, mas acabou perdendo a vaga pois não conseguiu transporte. "Um dia era o carro que quebrava. 


No outro ninguém me avisava nada e o transporte não vinha. Com isso, eu tive de faltar várias vezes no tratamento", detalha Guerra.


O cadeirante acabou perdendo a vaga e a chance de tratamento. Ele registrou dois boletins de ocorrência e acinou o Ministério Público pedindo um transporte adaptado para comparecer às consultas e uma cadeira motorizada. "Eles me negaram. Isso não é só para mim, mas para todas as pessoas que passam por essas dificuldades", detalha.

Prefeitura de Ferraz


A produção da TV Diário  questionou a Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos sobre o problema de Guerra. 


A Secretaria de Saúde informou que ele é quem teria se recusado a usar o transporte oferecido pela Prefeitura. 


De acordo com a administração municipal, o município tem a intenção de adquirir mais carros adaptados, mas não deu uma previsão de quando eles vão estar disponíveis.


Fonte: G1

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