A professora de educação especial Thiciane Pimentel, de 30 anos, dá aulas há 4 anos para alunos com deficiências intelectual, visual e motora na Escola Estadual José de Anchieta, em Macapá (AP).
Ela acredita que a falta de acessibilidade na estrutura física das escolas é a principal dificuldade para a prática da educação inclusiva no Amapá.
"Acredito que tem que haver melhorias na estrutura existente para facilitar a aplicação da educação inclusiva,
assim como a capacitação dos professores, visto que o Estado não
oferece a formação e temos que nos qualificar em outros estados",
lamentou Thiciane. A escola José de Anchieta atende 41 alunos com
deficiência na faixa etária de 6 a 14 anos.
A educação inclusiva no Amapá está em discussão através do projeto "Sou diferente, e daí?",
desenvolvido em alusão ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com
Deficiência, celebrado no dia 21.
Nesta segunda-feira (16), uma mesa
composta por educadores, orientadores, sociedade em geral e
representantes da Secretaria do Estado da Educação (Seed) deu início à
programação no Teatro das Bacabeiras.
A data será lembrada durante toda a semana, com discussões sobre o
tema. O encerramento será no dia 21, com uma ação social no Centro
Educacional Raimundo Nonato Dias Rodrigues, no horário de 8h às 12h.
Dados do censo escolar indicam que em todo o Amapá existem
aproximadamente 3 mil crianças com algum tipo de deficiência estudando
em escolas da rede estadual de ensino.
Para atender a essa demanda a
Seed possui 700 professores instruídos para atuar com esses alunos,
segundo confirmou a gerente do Núcleo de Educação Especial, Lúcia
Valente.
"O atendimento a esses alunos de diferentes deficiências é realizado
nas escolas através das salas de recursos multifuncionais, são 225 no
Amapá.
Além disso, as instituições oferecem aos alunos a adaptação dos
prédios, com corrimãos nas paredes e nos banheiros e rampas", detalha
Lúcia.
O amapaense Jodoval Farias, que é deficiente visual, é o representante da Região Norte na Comissão Brasileira de Braile.
Ele destacou a entrada da educação inclusiva nas escolas.
"A educação
especial no Brasil vive um período de estabilização. Antigamente, ao
entrar na escola, o estudante com deficiência sentia um atraso, e hoje,
integra e faz parte do processo educacional", compara Farias.
Fonte: G1
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