Um grupo de seis estudantes que cursam o sétimo período de Engenharia Elétrica de uma faculdade em Uberlândia (MG) desenvolveu um protótipo para auxiliar os deficientes visuais no trânsito pela cidade.
Ainda na maquete, o “Semáforo Inteligente” dá suporte na travessia de ruas que têm sinal de trânsito.
No projeto, um dispositivo eletrônico criado pelo grupo utiliza a tecnologia como uma aliada à acessibilidade.
Ele funciona com um microprocessador que emite sinais sonoros falados, como “siga”, “pare” e “atenção”.
Para o estudante Raphael Oliveira Davi, um dos idealizadores do
projeto, os deficientes visuais em Uberlândia têm muita dificuldade em
transitar pela cidade.
“Nossa intenção é melhorar a qualidade de vida
dos usuários e almejamos uma parceria com a Prefeitura para que seja
implantado nos semáforos,” disse.
Ivaldo Pereira de Araújo, de 47 anos, que é presidente da Associação dos Deficientes Visuais de Uberlândia
e tem 2% da visão desde 1985, depois de uma sinusite que atrofiou os
nervos óticos, compartilha da mesma opinião de Davi, quando o assunto é a
mobilidade dos deficientes visuais na cidade.
“A vida dos deficientes
visuais em Uberlândia não é fácil. As calçadas não são equipadas com
pisos táteis que facilitam o ir e vir e o transporte público é muito
falho em acessibilidade”.
A massoterapeuta Francisca de Souza, que é associada da Adeviudi,
também diz que é muito difícil andar pelas ruas da cidade. “Os passeios
são cheios de buracos e, para pegar ônibus, por exemplo, preciso contar
com a boa vontade das pessoas”, afirmou.
Francisca de Souza disse ainda que algumas pessoas se afastam dela
quando pede ajuda para atravessar a rua, mas, quando ela usa o
transporte coletivo, os motoristas e cobradores são solícitos.
“Eles
sempre perguntam para onde eu vou, preocupados em qual ponto eu vou
descer. Mas, dentro do ônibus, sinto falta de algo que me auxilie.
Cão-guia, por exemplo, eu não conheço nenhum em Uberlândia”, disse.
Presença de Cão Guia é permitida dentro de ônibus em Uberlândia
O espaço disponibilizado para deficientes dentro dos ônibus do
transporte público em Uberlândia permitem a presença de um cão-guia.
Porém, segundo o presidente da Adeviudi, Ivaldo Pereira de Araújo, a
despesa para adquirir e manter os animais é muito alta, o que explica a
quase inexistência deste tipo de animal na cidade.
Segundo dados do IBGE, existem cerca de 60 cães-guia no Brasil para
aproximadamente dois milhões de pessoas com algum tipo de deficiência
visual. E o valor é alto: para ser adquirido no exterior, o cão-guia
custa R$ 30 mil.
Para tentar amenizar a problemática, em novembro do ano passado, foi
criado o primeiro Centro Tecnológico de Formação de Instrutores e
Treinadores de Cães-Guia do governo federal – sem fins lucrativos –
localizado em Camboriu, Santa Catarina. Até 2014, estima-se criar mais
seis Centros de Treinamento em outros Estados.
Fonte: Correio de Uberlândia
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