A deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) considerou um sucesso a audiência pública que realizou nesta segunda-feira (2/9), para debater os direitos das pessoas com deficiência visual.
O evento aconteceu na Câmara Municipal de São Paulo e reuniu cerca de 150 pessoas.
“A ideia do encontro foi ouvir as principais demandas do segmento,
abrindo espaço para representantes das diversas identidades expressarem
suas necessidades.
Caberá aos cegos e deficientes visuais decidir que
tecnologias e recursos são mais apropriados. Afinal, ninguém melhor que
os próprios usuários para definir suas reais necessidades”, afirmou.
Durante o encontro, os participantes opinaram, tiraram dúvidas e
sugeriram mudanças na legislação atual. A audiência foi dividida em sete
temas: acesso à leitura - livro digital, braile e outros;
audiodescrição e outras tecnologias; mobilidade e barreiras
arquitetônicas; políticas de prevenção e intervenção em saúde; educação;
acesso ao trabalho: lei de cotas e concursos públicos; e outros temas.
Um guia em Braille, com orientações sobre a dinâmica da audiência, foi distribuído aos presentes.
Uma das demandas recebidas durante a audiência foi a construção de
bibliotecas digitais para cegos e que as editoras produzam livros em
Braille. Esse é o desejo de Naziberto Lopes de Oliveira, que é cego e
fundador do MOLA - Movimento pela Leitura Acessível. “Até hoje a pessoa
cega não tem direito de comprar um livro numa livraria ou buscar um
livro numa biblioteca, porque os livros não são produzidos com
acessibilidade”, afirmou.
A falta de acessibilidade nas ruas e nos ônibus também foi criticada.
Também cego, Antonio Carlos Barqueiro afirma que a acessibilidade física
ainda deixa muito a desejar. “Você tem guias rebaixadas, ruas com
declives absurdos, verdadeiros degraus. Se você não estiver andando de
forma devagar com a bengala, você sofre um acidente”.
De acordo com os dados do Censo 2010 do IBGE, mais de
35 milhões de brasileiros declararam possuir alguma dificuldade para
enxergar, sendo que 528 mil não conseguem enxergar de modo algum.
Estatuto da Pessoa com Deficiência
A audiência também colheu sugestões para aprimorar o Estatuto da Pessoa
com Deficiência, do qual a Mara é relatora. Para conhecer o documento e
participar via E-Democracia, acesse www.maragabrilli.com.br/estatuto
Nenhum comentário:
Postar um comentário