22 de ago. de 2012

Biblioteca de Marília (SP) tem 2 mil livros em braille e 200 obras em audiolivro

dedos estão sobre braille
A Biblioteca Municipal de Marília, SP, tem dois mil livros em braille e 200 obras em audiolivro.

 É uma oportunidade para os deficientes visuais entrarem no mundo da ficção, dos romances e da literatura. Um projeto que está na Câmara Municipal, quer destinar mais verba para aumentar esse acervo.

Passando as mãos sobre os minúsculos pontos impressos em alto revelo nas páginas dos livros, o aposentado Adhemar José da Silva consegue ler as histórias contadas por Machado de Assis

O aposentado não enxerga desde os cinco anos de idade e usa a sensibilidade das mãos para ganhar conhecimento. “A cultura por meio do braile é por demais valiosa, porque assim nós adquirimos o conhecimento”, afirma.

A dona de casa, Vera Palma não enxerga desde os 30 anos de idade. Amante da leitura, a dona de casa não perdeu o hábito de se deliciar com as histórias de Nelson Rodrigues. “Através desse conhecimento, a pessoa evolui, cresce, interage com os outros”. Hoje não existem editoras brasileiras que vendem livros em braile.

 Para conseguir um exemplar como este é preciso encomendar em uma associação para deficientes visuais, ou recorrer ao áudio livro, que normalmente custa o mesmo preço de um livro.

O professor Nelson Cauneto perdeu a visão aos 15 anos de idade. Ele se divide entre as leituras em braille e a cabine de som da biblioteca. “Essa forma de fazer livros, em áudio, é mais fácil, onde você pode gravar, digitilizar, transformar esses livros em falas. Então você pode pegar qualquer livro da biblioteca e transformar em áudio”.

Segundo o IBGE, Marília tem aproximadamente 600 cegos e 28 mil pessoas com baixa visão. A maior parte destas pessoas não tem acesso aos livros em braile ou ao audiolivro. Uma mostra disso é o uso do espaço reservado a estas obras na biblioteca, que recebe por mês, apenas 40 leitores.

Para aumentar o número de livros disponíveis, tramita na Câmara de Vereadores da cidade um projeto de lei que prevê que 3% da verba destinada à compra de livros para a biblioteca municipal e biblioteca itinerante sejam reservados à aquisição de livros em braile e audiolivros. Uma maneira de garantir que clássicos da literatura e obras recentes cheguem até as mãos destes leitores especiais.

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