18 de dez. de 2013

'Aqui, nem em motel cadeirante tem acesso', reclama deficiente no Amapá

Rampa de acessibilidade
Joelson da Silva tem 37 anos e há 7 depende de uma cadeira de rodas para se locomover. 


Ele diz que desde que adquiriu a deficiência nas pernas, provocada por uma descarga elétrica, observa que existe falta de atenção com a acessibilidade em Macapá


Para o cadeirante, faltam políticas públicas que vão além da implantação de rampas em calçadas e prédios públicos. 


"Aqui, nem em motel cadeirante tem acesso. Todos temos direito a lazer também”, reivindicou, referindo-se às adaptações necessárias para receber deficientes físicos em locais de descanso e lazer. Segundo a prefeitura da capital, o município nunca desenvolveu projetos para a inclusão de pessoas com deficiência.


Joelson é vice-presidente do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência (Condeap) e informou que a organização está montando uma comissão para fiscalizar a construção de rampas e debater políticas de mobilidade urbana e inclusão social.


O G1 acompanhou o cadeirante em três motéis de Macapá e confirmou que em nenhum deles havia rampas de acesso ou quartos adaptados para deficientes. 


“Tem pessoas com limitações físicas que possuem mais dinheiro e têm condições de adaptar a casa onde mora. Mas quem só tem uma cadeira de rodas é obrigado a se trancar em casa em frente à TV porque a cidade não oferece estrutura para lazer e diversão", reclamou Joelson.


“Vamos acompanhar as obras em Macapá e tentar garantir que tudo seja feito pensando também nas pessoas que enfrentam dificuldades para se locomover”, afirmou, acrescentando: 


“Deficiente tem direito de fazer o que qualquer pessoa comum faz. Andar de ônibus, entrar em comércio, se divertir. Mas sem padronização de calçadas e consciência da sociedade de que somos iguais a qualquer um, nada se resolve”, reforçou.


O administrador Josimar Brito, gerente de dois motéis na capital, disse que os empresários no Amapá "ainda não atentaram para a necessidade das pessoas com deficiência".

 Segundo ele, o poder público não intensifica campanhas que fiscalizam com mais rigor a implantação de quartos adaptados.


“Não é algo que os donos de motéis deixam de realizar por não se preocuparem com as pessoas com necessidades especiais. Na verdade, o que falta é conhecimento sobre o assunto”, destacou o administrador, acrescentado que o custo para implantação de quartos adaptados em motéis é baixo e viável para os proprietários.


A coordenadora de Mobilidade e Acessibilidade Urbana de Macapá, Ariane Luma, disse que a prefeitura está realizando medidas que conscientizem e mudem o contexto social na capital, principalmente, no que diz respeito a cadeirantes.


“A nossa cidade tem uma dívida histórica em relação a projetos de acessibilidade. Mas agora estamos promovendo projetos que vão desde o ensino básico em escolas a planos que busquem adquirir recursos federais que modernizem a capital, tornando-a mais acessível”, garantiu.




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