Joelson da Silva tem 37 anos e há 7 depende de uma cadeira de rodas para se locomover.
Ele diz que desde que adquiriu a deficiência nas pernas, provocada por uma descarga elétrica, observa que existe falta de atenção com a acessibilidade em Macapá.
Ele diz que desde que adquiriu a deficiência nas pernas, provocada por uma descarga elétrica, observa que existe falta de atenção com a acessibilidade em Macapá.
Para o cadeirante, faltam políticas públicas que vão além da
implantação de rampas em calçadas e prédios públicos.
"Aqui, nem em
motel cadeirante tem acesso. Todos temos direito a lazer também”,
reivindicou, referindo-se às adaptações necessárias para receber
deficientes físicos em locais de descanso e lazer. Segundo a prefeitura
da capital, o município nunca desenvolveu projetos para a inclusão de pessoas com deficiência.
Joelson é vice-presidente do Conselho Estadual da Pessoa com
Deficiência (Condeap) e informou que a organização está montando uma
comissão para fiscalizar a construção de rampas e debater políticas de
mobilidade urbana e inclusão social.
O G1 acompanhou o cadeirante em três motéis de Macapá e confirmou que em nenhum deles havia rampas de acesso
ou quartos adaptados para deficientes.
“Tem pessoas com limitações
físicas que possuem mais dinheiro e têm condições de adaptar a casa onde
mora. Mas quem só tem uma cadeira de rodas é obrigado a se trancar em
casa em frente à TV porque a cidade não oferece estrutura para lazer e
diversão", reclamou Joelson.
“Vamos acompanhar as obras em Macapá e tentar garantir que tudo seja
feito pensando também nas pessoas que enfrentam dificuldades para se
locomover”, afirmou, acrescentando:
“Deficiente tem direito de fazer o
que qualquer pessoa comum faz. Andar de ônibus, entrar em comércio, se
divertir. Mas sem padronização de calçadas e consciência da sociedade de
que somos iguais a qualquer um, nada se resolve”, reforçou.
O administrador Josimar Brito, gerente de dois motéis na capital, disse
que os empresários no Amapá "ainda não atentaram para a necessidade das
pessoas com deficiência".
Segundo ele, o poder público não intensifica
campanhas que fiscalizam com mais rigor a implantação de quartos
adaptados.
“Não é algo que os donos de motéis deixam de realizar por não se
preocuparem com as pessoas com necessidades especiais. Na verdade, o que
falta é conhecimento sobre o assunto”, destacou o administrador,
acrescentado que o custo para implantação de quartos adaptados em motéis
é baixo e viável para os proprietários.
A coordenadora de Mobilidade e Acessibilidade Urbana de Macapá, Ariane
Luma, disse que a prefeitura está realizando medidas que conscientizem e
mudem o contexto social na capital, principalmente, no que diz respeito
a cadeirantes.
“A nossa cidade tem uma dívida histórica em relação a projetos de
acessibilidade. Mas agora estamos promovendo projetos que vão desde o
ensino básico em escolas a planos que busquem adquirir recursos federais
que modernizem a capital, tornando-a mais acessível”, garantiu.
Fonte: CBN Foz do Iguaçu
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