Um grupo de estudantes de engenharia de automação de Mogi das Cruzes
criou uma bengala com sensores para ajudar deficientes visuais a se
locomoverem com mais segurança pelas ruas da cidade.
Ao contrário das
comuns, esta permite detectar obstáculos que passariam despercebidos.
"No corredor, ou em uma rua, ele consegue sentir os orelhões ou
obstáculos que estão acima dele, para evitar bater a cabeça", explica um
dos integrantes do grupo, Leandro Gomes Santos.
A ideia surgiu durante uma reunião dos jovens, que queriam criar algo
inovador, mas que ajudasse alguém. O desenvolvimento começou há cinco
meses.
"A gente pensou na bengala comum, em que o deficiente é obrigado a
tocar os objetos. Então a gente pensou que poderia criar uma com sensor
que não há a necessidade de tocar no objeto. Ele só vai aproximar e vai
emitir um ruído sonoro ou vibração", explica o estudante Eduardo Gomes
Silva.
Durante o desenvolvimento, o grupo percebeu que os barulhos da
cidade poderiam atrapalhar o deficiente de ouvir o som, por isso eles
optaram pelo motor de vibração. Quanto mais o obstáculo se aproxima,
mais intensa fica a vibração.
Deficiente visual há 25 anos, o aposentado Marco Antônio Souza usa a
bengala há oito anos e conhece bem as dificuldades, como os orelhões por
exemplo.
"Tem a parte que segura o orelhão, um pequeno poste. Aí vai se
abrindo e faz aquela 'copa' em cima. A bengala, quando chega no poste
embaixo, a gente já bateu no orelhão", diz.
Souza já viu um equipamento parecido em uma feira de tecnologia, mas o
custo era de R$ 6 mil. Ele testou o protótipo desenvolvido pelo grupo.
"Ela vibra lentamente para dar a entender que está funcionando. Quando
estou me aproximando de um obstáculo, ela vibra mais forte. Aí vou saber
que tem obstáculo e vou desviar", diz o aposentado.
Os estudantes gastaram R$ 1 mil no equipamento, que incluiu uma bengala
para deficiente visual, sensor e a bateria recarregável. Além de
conseguir produzir com baixo custo, ainda há outros desafios.
"A gente
tem a parte de acessibilidade ainda para desenvolver. Ele vai ter que
carregar a bengala, ligar a bengala, calibrar, ajustar a distância que
vai começar a vibrar", detalha Eduardo.
O professor Marco Antonio Migliano, que orienta os alunos no projeto,
incentiva os alunos para que eles continuem trabalhando no
aperfeiçoamento do equipamento. “É assim que se começa algo, com
pequenas ideias”, diz.
“Nossa intenção é aprofundar as pesquisas em novas tecnologias para o
projeto. A engenharia deve vir para auxiliar o ser humano”, destaca o
estudante Clayton Roberto Prismic.
Fonte: G1
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