6 de dez. de 2013

Com sonho paraolímpico, atletas também querem cursar faculdade

Símbolo olímpico 
Reunidos para disputar as Paraolimpíadas Escolares de 2013 em São Paulo, jovens atletas compartilham os sonhos de chegar à seleção brasileira e de fazer faculdade. 


Entre os alunos ouvidos pelo UOL, Educação Física é o curso mais desejado.


Cursando a oitava série do ensino fundamental em Belém, Josemarcio da Silva Sousa, 18, já pensa em sua vida pré-vestibular. 



"Sei que até lá vou ter que passar até de noitão estudando né, mas a gente consegue! Quero ser treinador de atletismo ou de goalball", afirmou o atleta que ganhou a medalha de ouro do atletismo neste ano.



O rapaz é um dos três irmãos, dentre dez, que nasceu com atrofia óptica. Frustrado com a baixa qualidade e acessibilidade do ensino em sua cidade natal, Santa Maria do Pará (PA), mudou-se para Belém há três anos em busca de melhores oportunidades de estudo. 


"Saí com 14 anos da minha antiga escola. Lá não tinha condições, não dava para desenvolver os estudos, não era especializada. Então resolvi mudar e fui morar com a minha irmã que já estava lá".



Douglas Generoso da Silva, 16, também deseja cursar educação física. Competidor nas modalidades tênis de mesa e tênis em cadeira de rodas, o jovem divide sua rotina entre os treinos e o 1º ano do ensino médio na Escola Estadual Francisco Cardoso Assumpção, em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). 


"Pretendo fazer faculdade e virar treinador de tênis de quadra ou tênis de mesa. É o que eu gosto mais", destacou o jovem que treina há pouco mais de cinco meses.


Promessas paraolímpicas
 

Os jogos escolares são importantes para os jovens atletas que sonham em participar das seleções brasileiras serem descobertos.



É o caso de Josemarcio, que há seis meses recebeu o convite para participar da seleção brasileira de goalball. 


"Estou muito feliz. É o sonho de qualquer um aqui. Quero muito estar nas Paraolimpíadas [de 2016]. Vou fazer o que for preciso pra estar lá", contou animado.



Além da convocação, o rapaz recebeu um convite para jogar pelo time do Sesi (Serviço Social da Indústria), em São Paulo. Além de poder estudar na escola da instituição, ele receberá auxílio moradia e terá sua carteira assinada.



Outra promessa no esporte é o atual medalha de prata em futebol de cinco nos Jogos Parapan-Americanos de Jovens. Eduardo Junior de Oliveira, 18, é um dos artilheiros da competição escolar pelo Rio de Janeiro e já assinou contrato com a seleção brasileira de futebol de cinco, modalidade para deficientes visuais.



"Sempre gostei de acompanhar futebol. Em 2007 comecei a aprender, mas só em 2010 comecei mesmo a jogar. Fui treinando e há dois anos fui convocado para a seleção", explicou Dudu, como é conhecido. 


"Nem acreditei quando fui chamado, ainda mais porque meu técnico gostava de brincar. Achei que não era verdade."



Dudu, que possui glaucoma congênito, acrescenta que além de ser algo que gosta de praticar, o esporte também contribui com sua saúde física.



Em relação ao futuro, o atleta tem dois objetivos, participar das Paraolimpíadas de 2016 e se tornar professor de espanhol. "Se é pra jogar tem que jogar sério. Se for jogar de brincadeira, melhor ficar em casa", enfatizou. "Paralelo ao esporte quero muito fazer faculdade de letras e dar aulas também", acrescentou o rapaz.



Segundo a técnica do time de futebol de cinco do Rio de Janeiro, Rhaiane Leitão de Andrade, o atleta cresceu muito desde que começou a jogar pela seleção. "O Dudu agora é um homem. Ele se transformou. Amadureceu tanto no esporte, quanto na cabeça."








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