Após fazer participações em novelas como "Insensato Coração", "Passione" e "Caminho das Índias", o paraibano Leandro Lima vêm fazendo sucesso como o ex-soldado paraplégico Davi, de "Joia Rara". Par da exuberante vedete Aurora, interpretada por Mariana Ximenes,
o ator de 31 anos tem comemorado o destaque no folhetim das seis.
"Estou super feliz de fazer o Davi, está sendo muito intenso. Tem dia
que entro às 9h e saio às 21h, mas saio feliz", disse em entrevista ao
UOL.
Convidado para a trama enquanto morava em Nova York, Leandro viajou
para o Brasil e fez um teste para o papel de Viktor, o irmão mais novo
de Franz (Bruno Gagliasso).
A diretora Amora Mautner e as autoras Thelma
Guedes e Duca Rachid, porém, acharam que ele ficaria melhor no papel de
Davi. A escalação agradou ao ator – que tem apreciado a parceria com
Mariana.
"A Mari é ótima, não podia ter uma parceira melhor", elogiou.
"Ela está sempre preocupada com o trabalho, é muito comprometida. E é
importante mostrar esse romance porque parece ser uma coisa improvável,
mas não é. Tem vários casais com esse tipo de relação".
Para viver o ex-pracinha da Segunda Guerra Mundial que se torna
paraplégico após ser ferido em combate, Leandro procurou fazer uma
preparação intensa, que envolveu filmes, livros, e até uma sessão do
espetáculo "Noturno Cadeirante" – adaptação de "Noturno", de Oswaldo
Montenegro, feita apenas com cadeirantes.
Mas o ator não parou por aí:
Ele usou uma cadeira de rodas por um mês em sua casa e
nas ruas de São Paulo para ver como era.
"Passei um mês com ela e foi
difícil, mesmo sendo uma cadeira moderna. Na da novela, que é de época, é
ainda mais limitante. Mas em cena você acaba se acostumando a usar
outros recursos, mesmo não tendo a mobilidade de outros artistas".
O contato com pessoas que sofrem da mesma condição também foi
importante na construção de Davi. Leandro chegou a conversar com
diversos cadeirantes, incluindo Marcelo Yuka, ex-músico do O Rappa
que ficou paraplégico após ser baleado durante um assalto.
"Ele foi
fundamental. Contou tudo, teve uma sensibilidade muito grande. Contou
detalhes que ninguém mais falou. Converso sempre com ele. Às vezes
aparece alguma coisa de cena e acabo tirando algumas dúvidas."
O sucesso do personagem nas ruas e nas redes sociais surpreendeu o
ator. "Eu morei muito tempo fora, não estava esperando essa repercussão
toda. Meio que me assustei quando uma pessoa me reconheceu. Mas está
sendo super legal.
E na internet tem uma resposta ótima também, muita
gente fazendo comentários positivos", contou. Ultimamente, a pergunta
que Leandro mais escuta do público é se Davi voltará a andar – o que
também é um mistério para ele:
"Ele fará um tratamento e terá alguns
progressos. Mas se ele vai andar mesmo, não sei. Já estou tão acostumado
com ele na cadeira, não sei como seria".
Namorando a modelo Flávia Lucini, Leandro garantiu que ela não sente
ciúme do assédio dos fãs.
"Ela acha o máximo e curte junto. Ela também é
assediada, mas de uma forma diferente", disse o ator, que conheceu a
amada através de um amigo em comum, na Itália. Flávia mora em Paris, mas
acompanha de perto a rotina do namorado. "Ela volta sempre para cá. Ela
se dá bem com o pessoal do elenco e já veio aqui no Projac".
Modelo e cantor
Publicitário de formação, Leandro largou a profissão para ser modelo em
2006. Três anos depois, após protagonizar campanhas internacionais,
desfilar para grifes como Armani e Valentino e conhecer o mundo, ele
resolveu atender a um desejo antigo e investir na carreira de ator.
Passou sete meses na Oficina de Atores da Globo e, a partir daí, passou a
fazer participações em várias produções da emissora.
A essa altura da vida, Leandro já havia experimentado o sucesso, mas
como cantor. Ainda adolescente, ele fez parte da banda de axé Ala Ursa,
formada com mais sete amigos.
"Começou como uma brincadeira e virou
profissional porque teve uma resposta muito legal do público", lembra o
ator, que passou oito anos como vocalista da banda e, na véspera deste
ano novo, irá relembrar os bons tempos.
"A gente pretende se reunir pra
fazer um show neste Réveillon em João Pessoa. Seria uma coisa
saudosista. Meus amigos estão até pensando em vir para o Rio ensaiar",
contou aos risos.
O ator voltou a exercitar seus talentos musicais na temporada em que
passou em Nova York, logo antes de ser escalado para "Joia Rara".
"Fiz
uma coisa mais autoral, de música brasileira com jazz. Dei uma canja com
um amigo meu e, quando vi, a gente tinha montado um pocket show",
contou, afirmando que adoraria juntar a música com a atuação.
"Adoraria
fazer um papel em que cantasse. Seria ótimo juntar os dois em um
personagem. Vai que o Davi vira o cantor do cabaré [Pacheco Leão]",
brincou.
Ainda sem planos concretos de voltar a Nova York, onde fazia um curso
de atuação, Leandro pretende se concentrar nos próximos trabalhos. "Vou
viver esse momento. Eu quero trabalhar mais e mais. A melhor cena vai
ser sempre a próxima".
Fonte: Vida Mais Livre
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