A Comissão de Educação aprovou projeto de lei (PL 444/11) que assegura a alfabetização de alunos, nas escolas públicas e privadas, pelo sistema de leitura em braile.
A proposta, do deputado Walter Tosta (PMN-MG), altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96) para garantir que alunos com deficiência visual tenham acesso à alfabetização e ao letramento em braile.
Walter Tosta propõe a adequação do sistema de ensino nacional para
atender às necessidades de alunos com deficiência visual. Para isso, as
instituições de ensino deverão qualificar seus profissionais para
receber e alfabetizar esses alunos.
O relator do projeto, deputado Izalci (PSDB-DF), assinala que é
obrigação do Estado oferecer a alfabetização de pessoas com deficiência
visual.
"Apresentei um substitutivo ao projeto para reforçar ainda mais a
intenção da lei. Essa lei vem exatamente garantir a esses alunos o
apoio do Estado, como obrigação, inclusive das instituições privadas
também, de oferecer aos educandos com deficiência visual a alfabetização
e a leitura em braile."
O substitutivo do parlamentar inclui a exigência da alfabetização em
braile na LDB, que rege os sistemas educacionais e a oferta de educação
especial, e não em instrumento autônomo, como propõe o substitutivo da
Comissão de Seguridade Social e Família, que já aprovou o projeto.
Desenvolvimento cognitivo
Segundo a assessora de Serviços de Apoio à Inclusão da Fundação Dorina Nowill para Cegos, Eliana Cunha Lima, a alfabetização pelo sistema em braile é fundamental para o desenvolvimento cognitivo das crianças.
"Essa aprovação vem contribuir e muito para as pessoas com deficiência
visual, pois ratifica a importância do aprendizado do sistema braile
para as pessoas cegas ou com baixa visão profunda.
O aprendizado do
sistema braile é fundamental para o desenvolvimento do cognitivo e de
aprendizagem e alfabetização das crianças.
Algo que na idade adulta vai
contribuir bastante, mais é opcional. Podemos dizer, com certeza, que o
sistema braile equivale ao aprendizado em tinta e papel que as crianças
enxergam e realizam."
Ainda de acordo com Eliana Cunha, a capacitação dos profissionais para
atuar com os alunos deficientes é menos complexo do que se imagina.
Ela
afirma que em 20 horas de treinamento é possível habilitar professores e
profissionais para que acompanhe alunos com deficiência visual dentro
de sala de aula.
Tramitação
A proposta que obriga a alfabetização de alunos pelo sistema de leitura
em braile segue agora para análise da Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania, em caráter conclusivo.
Fonte: Agência Câmara Notícias
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