Os atletas brasileiros com deficiência auditiva
tentam sensibilizar o governo federal a ajudá-los com verba para o
desenvolvimento de seus esportistas e para a participação em futuros
eventos internacionais.
As pessoas com deficiência auditiva não participam dos Jogos Paralímpicos e tentam aproveitar a boa performance brasileira na edição de Londres para também ter ajuda federal, como acontece com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). As duas organizações recebem auxílio por meio da Lei Piva.
Os atletas com deficiência auditiva não participam das Paralimpíadas
por já terem uma competição mundial destinada a eles, as Surdolimpíadas,
que foram realizadas pela última vez em 2009. A próxima edição será no
ano que vem, em Sófia, na Bulgária.
Toríbio Malagodi, diretor administrativo da Confederação Brasileira de Desportos dos Surdos e também atleta do vôlei de praia, já tem um projeto de lei para enviar ao governo pedindo auxílio.
“Eles [COB e CPB] recebem verba através da Lei Piva e nós não recebemos
nada. Nos mantemos através dos recursos de filiação, que não são
suficientes. Por exemplo, às vezes a diretoria paga do próprio bolso
para alguma viagem”, falou Malagodi.
“Nosso objetivo é obter maior reconhecimento perante o governo e os
políticos de modo para aprovar a lei em que iguala a CBDS com a COB e
CPB, para que possamos obter recursos governamentais através da Lei Piva
que repassam milhões de reais para a COB e CPB e nenhum para CBDS. Nós
sobrevivemos com as inscrições e anuidades dos nossos próprios
surdo-atletas”, afirmou.
O atleta e dirigente diz que a inclusão dos surdos nos Jogos Paralímpicos
não é tão fundamental quanto o apoio que precisam. E se disse orgulhoso
ao assistir às Paralimpíadas, encerradas no último domingo.
“Assistir aos nossos atletas fazerem bonito nos Jogos Paralímpicos me
enche de orgulho.
Não me imagino [na Paralimpíada], pois vou representar
o Brasil no ano que vem nas Olimpíadas para surdos. Só desejo é que
tenhamos o mesmo reconhecimento e apoio do governo que os atletas
paralímpicos possuem”, disse.
Fonte: UOL
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