11 de set. de 2012

Fora da Paralimpíada, atletas com deficiência auditiva pegam carona no evento para ganhar ajuda do governo

Símbolo que representa a surdez
Os atletas brasileiros com deficiência auditiva tentam sensibilizar o governo federal a ajudá-los com verba para o desenvolvimento de seus esportistas e para a participação em futuros eventos internacionais.

As pessoas com deficiência auditiva não participam dos Jogos Paralímpicos e tentam aproveitar a boa performance brasileira na edição de Londres para também ter ajuda federal, como acontece com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). As duas organizações recebem auxílio por meio da Lei Piva.

Os atletas com deficiência auditiva não participam das Paralimpíadas por já terem uma competição mundial destinada a eles, as Surdolimpíadas, que foram realizadas pela última vez em 2009. A próxima edição será no ano que vem, em Sófia, na Bulgária.

Toríbio Malagodi, diretor administrativo da Confederação Brasileira de Desportos dos Surdos e também atleta do vôlei de praia, já tem um projeto de lei para enviar ao governo pedindo auxílio.

“Eles [COB e CPB] recebem verba através da Lei Piva e nós não recebemos nada. Nos mantemos através dos recursos de filiação, que não são suficientes. Por exemplo, às vezes a diretoria paga do próprio bolso para alguma viagem”, falou Malagodi.

“Nosso objetivo é obter maior reconhecimento perante o governo e os políticos de modo para aprovar a lei em que iguala a CBDS com a COB e CPB, para que possamos obter recursos governamentais através da Lei Piva que repassam milhões de reais para a COB e CPB e nenhum para CBDS. Nós sobrevivemos com as inscrições e anuidades dos nossos próprios surdo-atletas”, afirmou.

O atleta e dirigente diz que a inclusão dos surdos nos Jogos Paralímpicos não é tão fundamental quanto o apoio que precisam. E se disse orgulhoso ao assistir às Paralimpíadas, encerradas no último domingo.

“Assistir aos nossos atletas fazerem bonito nos Jogos Paralímpicos me enche de orgulho. 
 Não me imagino [na Paralimpíada], pois vou representar o Brasil no ano que vem nas Olimpíadas para surdos. Só desejo é que tenhamos o mesmo reconhecimento e apoio do governo que os atletas paralímpicos possuem”, disse.

Fonte: UOL

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