A Câmara Municipal de Marília (SP) quer que os bancos contratem um funcionário que domine a língua dos sinais (Libras) para atender pessoas com deficiência auditiva.
No entanto, nem o sindicato dos bancários nem o público-alvo veem a necessidade desse serviço.
De acordo com a proposta, as agências do centro de Marília ficam
obrigadas, durante o horário de atendimento, a disponibilizar pelo menos
um funcionário que saiba a língua dos sinais.
A ideia é ajudar pessoas
surdas a se comunicarem quando precisam pagar uma conta, pedir um
empréstimo ou investir em uma aplicação.
“A ideia desse projeto veio
após uma pessoa presenciar a dificuldade de um deficiente de se
comunicar em uma agência bancária. Todo mundo tem o direito ser atendido
e ser entendido em qualquer lugar”, diz o vereador autor do projeto
Sílvio Harada.
Existem cerca de 40 agências bancárias em Marília. As que estão
localizadas nos bairros ficam de fora dessa obrigatoriedade, mas deverão
ter um cartaz avisando qual agência do centro oferece o serviço. Caso a
lei não seja cumprida, as penalizações vão desde multa de R$ 1 mil até o
cancelamento do alvará daquela agência.
Apesar da proposta ter sido aprovada por unanimidade aqui na Câmara de
Marília, ela vem causando polêmica tanto entre as pessoas que seriam
beneficiadas com esse serviço quanto entre os bancários.
Por causa do
custo, o presidente do sindicato não acredita que os bancos contratem um
profissional exclusivamente para esta finalidade. Com isso, os próprios
bancários é que vão ter que fazer cursos para se adequar às exigências.
"Essa medida vai se tornar mais um afazer para o trabalhador. Desta
forma, vemos isso com dificuldade já que as empresas teriam que treinar
todos os funcionários e não uma pessoa específica”, diz o presidente do
sindicato dos bancários, Edílson Julian.
A prefeitura de Marília tem até o dia 17 de novembro para sancionar o
projeto. A partir daí, as agências do centro da cidade terão 180 dias de
prazo para adequação, ou seja, para contratar o profissional. Em caso
de descumprimento serão cobradas multas.
Os valores variam de R$ 1 mil na primeira ocorrência a R$ 3 mil, além
de suspensão do alvará de funcionamento temporário e até de forma
definitiva após a quarta reincidência.
Além de sancionar o projeto, a
prefeitura também será responsável por determinar qual secretaria vai
fiscalizar o cumprimento da lei pelos bancos.
Fonte: G1 Bauru e Marília
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