Um protótipo desenvolvido por um empresário de Sarapuí (SP) pode ajudar pessoas com deficiências físicas a usarem o computador. A ideia vem do inventor Edson Ruivo, de 29 anos. Há aproximadamente dois meses, ele desenvolveu um 'mouse de língua'.
O invento ainda não tem nome, mas já rendeu ao empresário mais de seis
mil acessos em menos de um mês de um vídeo de apresentação do protótipo
postado na internet. A invenção é colocada na boca e, com a língua sob
os sensores, o equipamento tem as mesmas funções do mouse comum.
O inventor é formado em Tecnologia da Informação pela Faculdade de
Tecnologia (Fatec) de Itapetininga e bacharel em Administração. Ruivo
diz que sempre se interessou pela tecnologia e há 10 anos trabalha na
área.
Ruivo conta que teve a ideia de desenvolver o ‘mouse de língua’ durante
a madrugada. “Fiquei mais de uma hora deitado e imaginando como poderia
fazer isso. Já que a tecnologia nos proporciona tantas coisas, porque
não navegar na internet usando a língua”, diz.
A primeira atitude do empresário foi pesquisar se o invento já existia.
Ele afirma que encontrou uma ideia parecida de um rapaz dos Estados
Unidos, mas não era exatamente o que ele tinha imaginado.
“Montei toda a
estrutura com materiais que eu tinha e o evento funcionou. Foi aí que
eu fiz o vídeo caseiro para saber qual seria a reação das pessoas e me
surpreendi com a repercussão”, comenta.
O inventor afirma que pretende desenvolver mais a ideia e elaborar um
aparelho sem o uso do fio. O objetivo é adaptar para o uso do sistema de
bluetooth e desenvolver o equipamento de forma com que seja uma pequena
película a ser encaixada no céu da boca. “Assim, o internauta poderá
dar os comandos através da língua. Com essa película, o usuário poderá
comer e falar normalmente”, diz.
Ainda de acordo com Ruivo, depois do vídeo na rede ele já recebeu
proposta de uma grande empresa para dar continuidade ao projeto. O
empresário afirma que pretende aperfeiçoar o ‘mouse’ para diversas
funções, entre elas, controlar uma cadeira de rodas, ligar a televisão e
usar o tablet. O custo da invenção ainda não foi calculado, mas ele
aguarda um patrocínio para que o invento seja aperfeiçoado. O processo
para patentear a ideia já está em andamento.
Outros inventos
Outro invento que levou o empresário a ficar conhecido na região foi um
removedor de vírus de pen drive, chamado de ‘Pen Clear’. O equipamento
foi desenvolvido durante o curso da Fatec e teve repercussão na área
tecnológica.
Com esse projeto ele concorreu em 2011 na maior feira de tecnologia do país, a Campus Party,
realizada na capital paulista. “Eram 1.500 projetos. Fizeram uma
seleção e foi para 500. Desse total, foram escolhidos apenas cinco para a
final e eu fiquei entre os melhores projetos da feira”, comenta.
Com essa mesma invenção, o empresário participou do projeto “Anjo
Investidor”, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), que financia jovens com
ideias inovadoras. O pen clear já foi patenteado internacionalmente e o
empresário está em busca de investidores. “As pessoas devem criar mais.
Devemos encontrar algo que possa revolucionar”, conclui.
Em entrevista ao G1, Ruivo comentou que sua primeira invenção foi a de
um violão que fazia a afinação sozinho. Mas, como ninguém apostou no
projeto, acabou desistindo. “Também pensei em uma escova de dente que
tocasse música, mas não cheguei a elaborar”, comenta.
Durante três anos seguidos o empresário participou da’ Guerra dos
Robôs’, um campeonato internacional que acontece na cidade de Amparo
(SP). “Levei três meses para construir o robô e ele foi destruído em
sete segundos. Mas o que vale mesmo é a experiência e aprendizado”,
ressalta.
Abaixo, vídeo de demonstração:
Fonte: G1 Itapetininga e Região
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