A Superintendência de Transportes Urbanos (SMTU) de Manaus (AM) estuda uma forma de limitar a quantidade de vezes que as pessoas com deficiências poderão usar, gratuitamente, o transporte coletivo de Manaus.
Segundo informou a assessoria de imprensa da secretaria, o estudo se
deu após ter sido constatado possíveis irregularidades no uso das
carteirinhas por parte deles.
Na sexta-feira (09), todas as carteiras de acesso usadas por pessoas
com deficiências foram bloqueadas. Segundo o presidente da Associação
dos Deficientes Visuais do Amazonas, Cristiano Ferreira, o bloqueio não
foi comunicado aos usuários.
“Tentamos usar o coletivo e fomos barrados
pelos cobradores. Muitos de nós reclamaram porque foram expulsos pelos
motoristas que disseram terem sido orientados a não nos deixar passar”,
disse Cristiano.
Na segunda-feira (12), pela manhã, havia fila na entrada da sede da
SMTU, localizado na avenida Torquato Tapajós. A esportista paralímpica
Elen Silva estava entre os usuários com a carteirinha bloqueada e
aguardava explicações.
“No domingo fui humilhada por um cobrador, que
disse que eu não podia sentar nas cadeiras de deficientes e teria de
pagar passagem. Ele me disse que era uma ordem geral das empresas e
nenhum deficiente poderia usar o ônibus sem pagar. Isso é um absurdo
porque conhecemos os nossos direitos”, disse Elen.
Ainda com o auxílio de muletas, Juarez Oliveira saía da sala de
atendimento do órgão preocupado. Ele disse que foi até o SMTU para
realizar o recadastramento quando foi informado pelos colegas das
mudanças.
“Eu não sabia que estava bloqueada porque não sai na
sexta-feira. Quando cheguei aqui me informaram que teríamos no máximo
oito passagens por dia. Para mim que moro longe é impossível eu me
deslocar a todos os médicos diariamente com esse número mínimo de
passagem”.
A assessoria da SMTU negou que exista um valor máximo para o uso das
carteiras de deficiente, mas informou que a secretaria estuda meios
legais de se estipular um teto máximo para o uso.
Segundo os dados
apresentados pela assessoria, técnicos do SMTU constataram que carteiras
de deficientes físicos eram usadas mais de cem vezes, o que indicaria
fraude no sistema de transporte de deficientes.
Fonte: A Crítica
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