21 de ago. de 2013

Teleférico do Morro do Alemão proporciona acessibilidade e vira atração turística

 
O primeiro transporte de massa por cabo do país, o teleférico faz parte do PAC e custou R$ 210 milhões, entre recursos do governo federal e do estado, segundo o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), foi inaugurado oito meses após a pacificação do Complexo do Alemão.

Atualmente, apenas dois teleféricos no mundo são utilizados para transporte de passageiros em comunidades populares: em Medelín (Colômbia) e Caracas (Venezuela). O modelo do Alemão terá 152 cabines, todas com acesso para pessoas portadoras de necessidades especiais, e funcionará das 5h às 23h. No total, serão seis estações: Adeus, Baiana, Alemão, Alvorada, Palmeiras e Bonsucesso.

Demétrio Martins possui deficiência física e é usuário de cadeira de rodas, é morador do Morro do Alemão e possui uma irmã que mora num ponto mais alto ainda chamado favela Alvorada, uma das 15 que compõem esta comunidade, e disse que nunca conseguiu chegar lá pela falta de acessibilidade. 

Nas kombis que realizam um serviço de transporte na comunidade, ele é preciso ser carregado para o interior do automóvel, o que causa grande constrangimento. “Com o teleférico posso ir direto, ir e voltar tranqüilo sem depender de ninguém. Eu me sinto mais cidadão”, conta Demétrio.

Com a mobilidade, famílias que antes tinham que percorrer longos trajetos para chegar em casa, estão passando a viver uma nova condição de acessibilidade. 

Em muitas localidades do complexo, só se pode chegar a pé ou de moto, os chamados “moto-táxis”. Há quem diga que o teleférico pode dar prejuízo para as receitas dos moto-táxis. Em todo o complexo, existem 12 pontos fixos de serviços de moto com cerca de  40 moto-táxis em cada. Ou seja, o Alemão tem quase 500 moto-táxis que ajudam a vida de muitos moradores.




Márcio Moura, de 33, morador da Fazendinha e moto-táxi há 8 anos, contraria as críticas e disse que a expectativa é de retorno financeiro. O número de viagens não deve cair, disse. O teleférico servirá como mais um aliado em vez de concorrente. “O teleférico pode ajudar, vai atrair muito turista. Nós estamos pegando o pessoal nas estações”, disse.

O novo teleférico no Complexo do Alemão parece ter se transformado  em um verdadeiro parque de diversões para crianças que resolveram aproveitar as férias escolares e a gratuidade provisória da passagem para curtir o passeio nas gôndolas e agitar as estações. 

O teleférico é novidade não só para crianças e adultos moradores do Alemão, como para cariocas e turistas que nunca visitaram uma favela.

Pela primeira vez no Rio, a bancária Mariele Colle, de 27 anos, de Santa Catarina, escolheu incluir o Alemão no seu roteiro turístico. “Achei muito interessante, a vista é bem diferente. 

Sempre tive vontade de conhecer uma favela, quando voltar para casa vou recomendar”. Comparando com os outros pontos turísticos como o Pão de Açúcar e o Corcovado, Mariele diz ter achado mais interessante a idéia de conhecer o Alemão. “Cada um com a sua beleza”.




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